País

Governo dos Açores defende trabalho das regiões no combate às alterações climáticas

None

O presidente do Governo dos Açores disse ontem que o trabalho relacionado com as alterações climáticas desenvolvido por várias regiões da Europa tem de ser “promovido e valorizado” porque pode servir de exemplo na União Europeia (UE).

Vasco Cordeiro, que participava no painel “Construção de um futuro sustentável através das regiões e municípios da UE” na 8.ª Cimeira Europeia das Regiões e dos Municípios, que decorre hoje e sexta-feira em Bucareste, na Roménia, defendeu que a UE deve valorizar o papel das regiões na concretização da política de sustentabilidade.

“É impressionante o trabalho que muitas regiões da Europa estão a desenvolver em áreas relacionadas com o desenvolvimento sustentável e com as alterações climáticas. Esse trabalho deve ser promovido e valorizado, porque pode servir de exemplo e ajudar a UE a alcançar os objetivos definidos nesta matéria”, afirmou Vasco Cordeiro.

Estas declarações, sobre alterações climáticas, aconteceram numa semana em que se ficou a saber que centenas de milhares de jovens são esperados sexta-feira em protestos em 106 países, incluindo Portugal, numa greve mundial de alunos para exigir dos políticos ações concretas para esta área.

Em causa está uma greve estudantil mundial que tem como lema “fazer greve por um clima seguro”.

Esta ação culmina uma série de manifestações semanais iniciadas no ano passado pela sueca Greta Thunberg, 16 anos, nomeada para o prémio Nobel da paz.

Vasco Cordeiro, que é também presidente da Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas da Europa (CRPM), foi orador no debate ao lado do vice-presidente do Comité das Regiões, Markku Markkula, do presidente da Assembleia das Regiões da Europa, Magnus Berntsson, bem como da presidente da Câmara de Sibiu, Roménia, Astrid Fodor.

O presidente do Governo Regional dos Açores defendeu ainda que o desenvolvimento sustentável tem de estar associado à sustentabilidade económica e social, frisando o papel dos cidadãos e do seu sentimento perante as questões do seu quotidiano.

“A liderança é importante para mostrar o caminho, para criar os instrumentos e os incentivos, mas não podemos ganhar esta batalha se o cidadão não sentir essa como uma batalha sua”, referiu o governante português.

Já a nota distribuída pelo gabinete do Governo Regional açoriano dá conta, a este propósito, que nesta região foi aprovado o Programa Regional para as Alterações Climáticas que estipula 76 neste âmbito.

Vasco Cordeiro partilhou ainda, em Bucareste, que os Açores atingiram, no final de 2018, cerca de 40% de utilização de energias renováveis e endógenas, sendo expectável, de acordo com o governante, que até 2023 seja possível à região alcançar o patamar de 56% de produção de energia elétrica com base em recursos renováveis.

A Cimeira Europeia das Regiões e dos Municípios, que acontece de dois em dois anos, foi criada com o objetivo de garantir que os órgãos de poder local e regional contribuem plenamente para os debates mais relevantes na EU.

O Comité das Regiões Europeu, criado em 1994 na sequência da assinatura do Tratado de Maastricht, é a assembleia da UE dos representantes regionais e locais dos 28 Estados-membros, sendo atualmente composto por 350 membros efetivos, 12 deles portugueses.