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Deputados municipais pedem reforço de meios e condições da Hemeroteca de Lisboa

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A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, uma recomendação que visa o reforço de meios e condições da hemeroteca da capital.

O documento, da autoria do deputado independente Rodrigo Mello Gonçalves, pretende que a autarquia lisboeta, liderada pelo PS, “promova um reforço dos meios humanos afectos” à Hemeroteca Municipal de Lisboa (HML), “assegurando designadamente o seu rejuvenescimento”, bem como “proceda à aquisição de novas máquinas de digitalização, tecnicamente mais adequadas”.

Os eleitos municipais pedem também “a melhoria das péssimas condições de trabalho no depósito dos Olivais, nomeadamente através de um reforço da iluminação dos dois pisos de garagem e da segurança das instalações, dotando-o também das devidas condições técnicas para o armazenamento e conservação do espólio bibliográfico”.

O documento recomenda igualmente a melhoria e modernização do ‘site’ da hemeroteca e que a Câmara de Lisboa “assegure que as futuras, e definitivas, novas instalações da HML tenham espaço para albergar toda a colecção analógica da biblioteca e que tenham ainda capacidade de armazenamento para poder receber e acondicionar novos documentos”.

A HML está provisoriamente instalada na freguesia de São Domingos de Benfica, desde 2015, “estando a maior parte do seu espólio armazenado numa garagem dos Olivais” que “não cumpre os requisitos de conservação” necessários nem “oferece a quem lá trabalha as condições mínimas”, destaca a recomendação.

“Por outro lado, a distância física entre o depósito de armazenamento e a HML leva a que os documentos requisitados tenham de fazer longas viagens acondicionados em caixotes grandes de plástico, processo que tem contribuído para a progressiva deterioração da sua colecção bibliográfica e documental”, é sublinhado.

Intervindo na sessão plenária, a deputada do BE Isabel Pires apontou uma “irresponsabilidade política na gestão de acervos documentais na cidade de Lisboa” e defendeu que “é bom que quando se fala de meios humanos se fale de trabalhadores e não de colaboradores”.

No mesmo sentido, a eleita do Partido Ecologista ‘Os Verdes’ (PEV) Cláudia Madeira considerou ser necessário adotar uma “política que garanta o direito à cultura”, ao contrário do que “tem sido feito nos últimos anos”, sendo “necessário investir em meios próprios”.

Por seu turno, Modesto Navarro, do PCP, destacou que o partido já entregou dois requerimentos, nos quais questionava a câmara sobre a localização das novas instalações e as suas condições.

O deputado do PS José Borges reconheceu ser necessário fazer “um reforço de meios técnicos e humanos da câmara municipal para estas infraestruturas e estes acervos”, enquanto o eleito do CDS-PP Diogo Moura defendeu que a solução definitiva “deve passar pelo Arquivo Municipal de Lisboa”.