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Centeno confiante em melhorias na zona euro “nos próximos meses”

FOTO EPA
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O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, mostrou-se hoje confiante num crescimento na zona euro “nos próximos meses”, destacando a redução de “incertezas políticas” que afectavam a moeda única, apesar do Fundo Monetário Internacional (FMI) estar mais pessimista.

“Queria realçar que temos neste momento, num tom positivo, algumas das incertezas políticas que se colocavam aos desenvolvimentos da economia global numa tendência de redução, e estou a falar das decisões em torno do ‘Brexit’ e da situação do comércio internacional”, declarou o também ministro das Finanças português, à entrada para a reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas.

A seu ver, “esta situação de melhoria trará, com certeza, um impacto nos desenvolvimentos económicos na área do euro nos próximos meses”.

As declarações surgem depois de hoje o FMI ter piorado em 0,1 pontos percentuais as previsões de crescimento na zona euro para 2020, prevendo agora um avanço de 1,3%, e projecta uma aceleração para 1,4% em 2021.

De acordo com a actualização do seu ‘World Economic Outlook’ hoje divulgada, o crescimento da zona euro deverá acelerar de 1,2% em 2019 para 1,3% em 2020 (numa revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais face ao relatório de outubro do ano passado) e para 1,4% em 2021, “tendo em conta as melhorias projectadas para a procura externa”.

Para França e Itália, o FMI mantém as projecções do relatório de outubro (1,2% em 2019 e 1,3% em 2020 no caso de França e 0,0% e 0,5% em 2019 e 2020 em Itália).

Já para a Alemanha e Espanha as previsões de crescimento para 2020 são revistas em baixa, no primeiro caso porque a actividade industrial ainda estava em contração no final de 2019 e no segundo devido a “sequelas de uma desaceleração mais intensa do que o previsto na procura interna e das exportações em 2019”.

No Reino Unido, o FMI espera que o crescimento estabilize nos 1,4% em 2020 e suba para os 1,5% em 2021, mantendo-se em linha com as projeções de outubro, pressupondo este prognóstico “uma saída com acordo da União Europeia a 31 de janeiro, seguida de uma transição gradual no sentido de uma nova relação económica”.

O FMI reviu também hoje em baixa as suas estimativas para a economia mundial, prevendo que tenha crescido 2,9% em 2019 (menos 0,1 pontos percentuais) e que progrida 3,3% em 2020 (menos 0,1 pontos percentuais) e 3,4% em 2021 (menos 0,2 pontos percentuais), sobretudo penalizadas pelo desempenho de economias emergentes como a Índia.