Quem escreve opinião sabe que, para ter elogios e leitores, só tem de criticar e dizer mal de tudo o que é feito. Raramente há elogios. Parece que hoje estamos programados para dizer mal e o que é bem feito não deve ser valorizado. Vivemos na era da ”terra queimada”.

Pois, como sempre, gosto de “remar contra a maré” e a minha consciência sempre ditou que se deve criticar o que está mal e nunca deixar de valorizar o que está bem ou é feito bem.

Por isto, hoje e nos próximos artigos, trago-vos à leitura medidas de entidades do governo das quais nos podemos orgulhar, muitas das quais, com certeza, a maioria das pessoas desconhecem, mas que fazem toda a diferença.

Em 2015, foi criado o Núcleo de Apoio à Família e de Aconselhamento Parental (NAFAP), que realiza terapia familiar junto de famílias com crianças em idade escolar e que resultou de um estudo feito pela Dra. Cristina Cruz, publicado em 2014, sobre as problemáticas familiares e o sucesso escolar, onde se inventariou o número e tipologia de problemáticas familiares existentes nas escolas da RAM. (insucesso escolar, problemas de comportamento, abandono escolar, conflitos familiares, práticas parentais, efeitos de separação/divórcio, violência doméstica e falta de vínculos afetivos na família, entre outras).

Sob a alçada da Secretaria Regional da Educação, este projeto, acarinhado pelo Senhor Secretário e pelo Diretor Regional de Educação, pretende apoiar as famílias e jovens no seu percurso escolar, centrando a ação “nas forças e no reforço de competências familiares, relacionais e individuais, necessárias para a construção do bem-estar das crianças, na promoção do sucesso escolar; na construção de relações de colaboração com as famílias que promovam a sua competência e autonomia; na articulação e colaboração escola-família-comunidade.” Está assumido por estudos que esta relação escola-família-comunidade é fundamental para o sucesso educativo e combate a problemáticas sociais. É na base, na família, na escola que começa o percurso da criança enquanto individuo social.

O NAFAP é constituído por terapeutas familiares e uma psicóloga; destaco a Dra. Goreti Mendes e a Dra. Cristina Cruz, as quais desempenham vários papéis, sendo um deles os encontros interinstitucionais com a EMAT, CPCJ, serviço de psicologia das escolas, Serviço Regional de Saúde e Segurança Social e esperemos que de futuro com os órgãos judiciais que tenham atuação junto de crianças.

Quis o destino, (in)felizmente, que tivesse de recorrer a este serviço e sou testemunha “viva” da diferença que faz, a intervenção destas profissionais na vida das nossas crianças.

Poderão dizer, os que conhecem o projeto, que este deveria funcionar a tempo inteiro e que poderia dar resposta a muitas mais famílias que aceitam este tipo de intervenção. A crítica é plausível e vou até mais longe, afirmando que deveriam inclusivamente trabalhar mais em rede com instituições, inclusivamente judiciais (tendo em conta a especificidade, experiência e preparação exemplar destas profissionais), com vista à proteção das crianças na RAM e que no final irá conduzir a comportamentos assertivos no meio escolar.

Mas tudo tem o seu tempo, havendo a necessidade de aferir resultados e permitir que se crie a noção de que a evolução é necessária; acredito piamente que o Governo Regional olhará com muita atenção o trabalho que está a ser desenvolvido, e de um projeto de sucesso teremos um serviço fundamental de apoio, com a dedicação a tempo inteiro destas profissionais, ainda mais quando a grande aposta é a vertente de apoio à família.

O PSD Madeira tem sido pioneiro em tantas coisas, (com virtudes e, por que não dizer e assumir, alguns erros) esta é mais uma e da qual nos podemos orgulhar na Educação na Região.