Artigos

Portugal pequenino, Lisboa MENINO e Moça

Lisboa, menina e moça, os Putos, entre outros sucessos, foram cantados, cantarolados e melodiados no espectáculo de final de carreira de Carlos do Carmo, que encheu o Coliseu, carregado de emoções e de gente importante. Onde esteve o PM socialista António Costa, o PR Marcelo e o Presidente socialista da Câmara de Lisboa. Cada um deles, com um par de cuecas mais caro, do que o enxoval que teve aquele Grande bebé, atirado num caixote do lixo, na bonita cidade de Lisboa.

Somos pequeninos, do tamanho do pó!

Vivemos numa sociedade que usa e abusa de telemóveis e ipads, disponíveis como mato, que custam mais do que um simples berço e uma reles manta. Àquela mãe não coube um cacifo solidário, nem um albergue temporário. Nenhuma equipa de rua de apoio aos sem-abrigo atalhou um desfecho destes, ao longo dum período de gestação aproximado a 9 meses. Somos mesmo pequeninos!

Exposição ao abandono ou tentativa de homicídio? Direitos da mãe? Direitos da família biológica? É a querela do day after. A querela necessária para o mundo jurídico que procura acompanhar as loucuras que vagueiam por este país.

Neste último Verão, tomou-se conhecimento que duas crianças gémeas de 10 anos (sobre)viviam no meio do lixo humano e em instalações precárias. Durante 10 anos nunca foram à escola. Não tinham documento de identificação. Viviam numa garagem, numa rua da Amadora e durante 10 anos, nenhum serviço da segurança social, nenhum vizinho, nenhuma equipa de rua alertou para a situação degradante daquelas duas crianças. Somos mesmo pequeninos! Outros exemplos existem! (Infelizmente)

Em Coimbra, cidade de doutores, o “Portugal dos Pequenitos” torna as crianças grandes quando correm e saltam por entre os corredores das miniaturas.

Fora dos muros deste parque, temos um Portugal pequenino, de gente adulta pequenina e de crianças Grandes que sobrevivem aos destinos agrestes da vida.

Será que haverá mais um lugar naquelas camionetas de ministros e secretários de estado socialistas? Um lugar para um ou uma ministro/a para a pasta da “Criança”? Algum “datore” que faça escolta às políticas de educação, de saúde, de segurança social e de promoção do crescimento e bem-estar das crianças em Portugal? Que vele pelo primado do princípio do superior interesse da criança?

PS.1 Cara Deputada Joacine, há problemas a sério neste País que exigem a atenção do Parlamento, para além das saias ou do blush.

PS.2 Caro Deputado Rui Rio, há problemas neste pequeno País (perdido em diversões) que exigem uma oposição responsável dum partido com capacidade de governança, que tarda em marcar a agenda!

PS.3 Há uma linha que separa o antes e o depois de 22 de Setembro: to be, or, not to be independente? Not to be! Caro Deputado Paulo Cafofo, bem-vindo à militância partidária.