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Presidente do Brasil diz que “casamento” com ministro da Economia está “mais forte do que nunca”

Foto EPa
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O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou na sexta-feira que “o casamento” com o ministro da Economia “está mais forte do que nunca”, depois de Paulo Guedes ter ameaçado renunciar ao cargo.

“Peço desculpas por frustrar a tentativa de parte da imprensa de criar um virtual atrito entre mim e o Paulo Guedes. O nosso casamento segue mais forte do que nunca (...) Caso não aprovemos a reforma do sistema de pensões, creio que deva trocar o ministro da Economia pelo da alquimia, só assim resolve”, escreveu Bolsonaro na rede social Twitter.

O Presidente brasileiro usa a palavra casamento para referir-se à ligação governamental com o ministro da Economia desde a campanha eleitoral.

Quando ainda era candidato, Bolsonaro disse várias vezes que tinha iniciado “um namoro” com Paulo Guedes e que o convidaria para ocupar a pasta da Economia.

A reação do chefe de Estado brasileiro aconteceu depois de a revista brasileira Veja publicar declarações de Paulo Guedes que colocaram em dúvida a sua permanência no Governo.

“Apanho um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar. (...) Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo (...) Vai ser o caos no setor público, tanto no Governo federal como nos estados e municípios”, frisou o responsável pela pasta da Economia.

“Eu não sou irresponsável. Eu não sou inconsequente. Não vou embora no dia seguinte, caso não haja aprovação. Agora, posso perfeitamente dizer assim: Já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo’. Se só eu é que quero a reforma, vou embora para casa”, acrescentou Guedes.

Uma das bandeiras de Bolsonaro foi realizar mudanças no sistema de pagamento de pensões por reforma, projeto com o qual o Governo brasileiro pretende sanar o crescimento de seu défice fiscal.

A reforma avança em ritmo lento no Congresso brasileiro onde Bolsonaro precisa de um apoio expressivo para sua aprovação, já que, sendo uma emenda à Constituição, exige os votos de três quintos dos deputados e dos senadores e em votações que ocorrerão em dois turnos.

O executivo do país sul-americano estima que as mudanças planeadas para o sistema de pagamento de pensões por reforma podem gerar uma economia de “até 1,2 triliões de reais”, equivalente a mais de 265 mil milhões de euros, aos cofres públicos em dez anos.