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Operação de retaliação turca matou pelo menos seis soldados sírios em Idleb

Foto EPA/YOUSSEF BADAWI
Foto EPA/YOUSSEF BADAWI

Seis soldados do Exército de Damasco morreram na sequência de um ataque turco no noroeste da Síria, indicou hoje a Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH).

Pouco antes, a Turquia informava que quatro soldados turcos tinham sido mortos na região de Idleb, na sequência de tiros da artilharia síria, o que levou a um “contra-ataque” de represália.

“As forças turcas dispararam dezenas de foguetes durante um ataque de represália, depois da alvorada, contra as forças do regime da Síria, a sul da cidade de Sarageb”, refere o OSDH em comunicado.

“Seis soldados das forças governamentais sírias foram mortos e mais de 20 ficaram feridos”, acrescentou a organização não-governamental com sede em Londres e que dispõem de uma vasta rede de informações no terreno.

Por outro lado, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que “entre 30 a 35” soldados sírios foram mortos após a ação militar turca.

A Turquia projetou militares em 12 postos de observação na região de Idleb, no noroeste da Síria, no quadro de um acordo com a Rússia e que tem como objetivo o combate contra os extremistas islâmicos na região.

As forças do regime de Bachar al-Assad, apoiadas por Moscovo, intensificaram nas últimas semanas a ofensiva na província, multiplicando os disparos de morteiros.

“Quatro dos nossos ‘irmãos de armas’ tombaram como mártires e nove ficaram feridos, após tiros de artilharia das forças governamentais (sírias)”, declarou o ministro da Defesa da Turquia, em comunicado.

Ibrahim Kalin, o porta-voz do presidente Erdogan, afirmou que o Exército turco respondeu, advertindo que os culpados (pela morte dos soldados da Turquia) vão ter de “prestar contas”.

Após o incidente, o presidente turco pediu à Rússia para “não travar” a ação de retaliação da Turquia.

Grande parte da província de Idleb, assim como as zonas vizinhas como Alepo, Hama e Lattaquié, é dominada pelos extremistas do grupo Hayat Tahrir al Cham, ex-braço armado da Al Qaeda.

Na região estão ainda presentes grupúsculos islâmicos e rebeldes da oposição contra Damasco.

O governo sírio que conta com o apoio da Rússia e do Irão alcançou vitórias contra os extremistas e controla atualmente 70% do território nacional.

Desde o princípio da guerra, em 2011, morreram 380 mil pessoas e milhares de pessoas vivem deslocadas dos locais de residência.