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Juan Guaidó em Bruxelas para reunião com chefe da diplomacia da UE

FOTO EPA
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O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, será recebido na quarta-feira pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em Bruxelas, no âmbito de uma viagem à Europa, foi hoje anunciado.

“Nós sabemos que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se deslocou à Colômbia e virá depois à Europa, estando prevista uma reunião aqui em Bruxelas com o Alto Representante e esse será um momento importante para actualizarmos a informação”, declarou hoje o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, falando aos jornalistas no final de uma reunião com os seus homólogos da União Europeia (UE).

O chefe da diplomacia portuguesa apontou também que, “do lado nacional, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas [Berta Nunes] se deslocará, nos próximos dias, à Venezuela, para mais uma ronda de contactos com a comunidade portuguesa e luso venezuelana e também para fazer o ponto de situação dos programas de apoio e assistência a essa comunidade” que estão em curso.

Em declarações prestadas no final de um Conselho em que a questão venezuelana foi abordada, Augusto Santos Silva sublinhou que “Portugal, juntamente com Espanha, Países Baixos e outros Estados-membros insistiram muito hoje na necessidade de convocar mais uma reunião a nível ministerial do Grupo de Contacto Internacional para a Venezuela”.

“A última reunião decorreu no fim de outubro e parece-nos que é muito importante que haja uma nova reunião do Grupo de Contacto Internacional para que o tema Venezuela se mantenha na agenda europeia e internacional e a linha política defendida pela UE, que é a linha de uma transição pacífica, democrática e por via eleitoral na Venezuela, possa ser concretizada”, frisou o governante português.

Segundo este responsável, “é preciso resolver a questão política na Venezuela para que a questão humanitária e a questão da degradação política e social possam, também elas, ser resolvidas”.

Já falando sobre os acontecimentos mais recentes na Venezuela, Augusto Santos Silva considerou que “foram todos no sentido negativo”.

O parlamento venezuelano tinha prevista, para início do mês, a eleição da sua nova direcção, votação da qual deveria resultar a reeleição de Guaidó, principal opositor de Maduro, mas o deputado foi retido durante horas pela polícia e agredido à porta da Assembleia Nacional.

Ao mesmo tempo, no interior, em plenário, os deputados apoiantes do chefe de Estado venezuelano elegiam Luís Parra, que contou também com o apoio de uma minoria de parlamentares da oposição suspeitos de corrupção.

Nesse mesmo dia, e após ter sido impedido pelas forças de segurança de entrar no edifício da Assembleia Nacional, Guaidó, que se autoproclamou Presidente interino venezuelano em janeiro de 2019 e que foi reconhecido por mais de 50 países, incluindo Portugal, foi reeleito presidente do parlamento nas instalações do jornal El Nacional.

A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.

Na deslocação à Europa, além do encontro em Bruxelas Guaidó tem previsto participar na quinta-feira no Fórum Económico Mundial, em Davos, revelou entretanto o deputado da oposição venezuelano Stalin Gonzalez.