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Governo e sector minoritário da oposição na Venezuela acordam plataforma de diálogo

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Representantes do Governo do Presidente Nicolás Maduro, de partidos que apoiam o regime e um setor minoritário da oposição chegaram, segunda-feira, a um acordo para criar uma plataforma de diálogo.

O acordo foi assinado em Caracas e estas mesas terão como propósito tratar dos temas eleitoral, partidos políticos e economia.

Além do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), vão integrar as mesas os partidos Tupamaro, Movimento Eleitoral do Povo, afetos ao regime, Organização Renovadora Autêntica, Unidade Popular Venezuelana, o Partido Comunista da Venezuela e Somos Venezuela.

A oposição estará representada pelos pequenos partidos Avançada Progressista, Soluções para a Venezuela, Movimento Ao Socialismo e Cambiemos.

Uma das mesas será presidida pelo lusodescendente Jesus Faria, membro da Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime) e ex-ministro venezuelano de Comércio Externo da Venezuela.

Em 16 de setembro, o Governo do Presidente Nicolás Maduro e quatro pequenos partidos da oposição (Avançada Progressista, Soluções para a Venezuela, Movimento ao Socialismo e Cambiemos) chegaram a um acordo para instalar uma nova mesa de diálogo.

O acordo prevê que seja formado um novo Conselho Nacional Eleitoral, que sejam dadas garantias aos processos eleitorais e que alguns presos políticos beneficiem de medidas alternativas à prisão.

Por outro lado, vão ser defendidos os “direitos legítimos” da Venezuela sobre o território Esequibo, em disputa com a vizinha Guiana e que sejam condenadas as sanções económicas contra a Venezuela.

O acordo prevê ainda que a Venezuela ative um programa de intercâmbio de alimentos e medicamentos, em concordância com os mecanismos existentes na ONU.

O líder político opositor Juan Guaidó questionou a decisão desses pequenos partidos opositores de criarem uma nova plataforma de diálogo com o regime, porque intensificará a crise no país e porque repete manobras governamentais do passado.

“Já o regime tentou, antes, este tipo de manobras, que levarão a uma maior crise, a um isolamento internacional. Não há confiança no regime”, disse, no mesmo dia em que o acordo foi assinado.