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BAD vai financiar combate aos impactos negativos das alterações climáticas

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O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou hoje a criação de um organismo destinado a procurar financiamento para projetos de “resiliência aos impactos negativos das alterações climáticas”, para o qual nomeou o respetivo Conselho de Administração.

O organismo, designado como Mecanismo de Benefícios de Adaptação (ABM, na sigla em inglês) tem como objetivo “convencer o mundo de que as ações de adaptação às alterações climáticas, assim como as ações de mitigação das mesmas, têm valor e devem ser recompensadas”, segundo Anthony Nyong, diretor do departamento de Mudanças Climáticas e Crescimento Verde do BAD, citado num comunicado do banco.

O ABM visa mobilizar o financiamento do setor público e privado para projetos que tenham como principal objetivo melhorar a resiliência e a adaptação às alterações climáticas, através da criação de um novo ativo criado pelo BAD -- “benefícios de adaptação certificados”.

“O mecanismo ajudará os países em desenvolvimento a satisfazer as necessidades e prioridades de adaptação às alterações climáticas”, de acordo com os respetivos compromissos nacionais assinados no Acordo de Paris, “em particular as necessidades que requerem cooperação internacional”, esclarece-se ainda no comunicado do BAD.

Durante uma fase experimental, o BAD e os seus parceiros procurarão financiamento junto de várias fontes, que canalizarão para projetos de resiliência de pequena escala, por forma a “testar o mecanismo no terreno”, segundo o banco.

Estes projetos “de demonstração” ajudarão ao desenvolvimento de metodologias para a entrega de benefícios de adaptação certificados, verificação de resultados e demonstração da eficácia do ABM.

O conceito do ABM foi desenvolvido pelo BAD com o apoio dos Fundos de Investimento Climático, em colaboração com os governos de Uganda e Costa do Marfim e várias partes interessadas. A ABM é potencialmente aplicável em todos os países.

A ABM visa mobilizar o financiamento do setor público e privado para melhorar a resiliência e adaptação às alterações climáticas através da criação de um novo ativo - benefícios de adaptação certificados.

O mecanismo ajudará os países em desenvolvimento a satisfazer as necessidades e prioridades de adaptação às alterações climáticas estabelecidas nas suas Contribuições Determinadas a Nível Nacional (CND) ao abrigo do Acordo de Paris, em particular as que requerem cooperação internacional.

Durante a fase piloto, o Banco Africano de Desenvolvimento e os parceiros procurarão financiamento de várias fontes para realizar múltiplos projetos de resiliência de pequena escala para testar o mecanismo no terreno. Os projetos de demonstração serão usados para desenvolver metodologias para a entrega de benefícios de adaptação, verificar os resultados e provar a eficácia da ABM na mobilização de novos financiamentos de adaptação para replicação.

O conceito da ABM foi desenvolvido pelo Banco Africano de Desenvolvimento com o apoio dos Fundos de Investimento Climático (CIF, na sigla em inglês), em colaboração com os governos de Uganda e da Costa do Marfim, assim como de vários organismos. O ABM é potencialmente aplicável em todos os países.

O CIF, criado em 2008, gere 8,3 mil milhões de dólares e é um dos maiores instrumentos de financiamento climático acelerado do mundo, que permite aos países em desenvolvimento o acesso a fundos destinados à concretização das metas de redução de emissões de carbono e ao desenvolvimento de ações de resiliência às alterações climáticas.

A CIF atua através de doações, empréstimos e vários instrumentos de mitigação de riscos e capital próprio que alavancam financiamentos significativos do setor privado, bancos multilaterais de desenvolvimento (BMD) e outros.

A comissão executiva do ABM, hoje nomeada, reúne um conjunto de oito especialistas, na larga maioria africanos, com “experiência em diferentes áreas e com diferentes grupos de ‘stakeholders’”, anunciou Nyong.