Madeira

Psicóloga fala ao DIÁRIO sobre luto parental

Leia na íntegra o artigo publicado na edição impressa de domingo

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Na sequência do triste caso da menina de 8 anos que morreu na sala de triagem do Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no passado dia 12 de Janeiro, o DIÁRIO foi falar com uma psicóloga sobre luto parental. Um assunto que, pela sua dureza, permanece um “tabu” na nossa sociedade.

No artigo ‘As fases de uma dor crónica’, publicado na edição impressa de domingo do nosso matutino, Sara Ferraz abordou as fases do processo de luto, o impacto da perda ao nível pessoal, social e profissional, bem como o apoio que pode ser prestado neste tipo de situações.

O dnoticias.pt disponibiliza agora o artigo na íntegra.

“Um luto singular”

O luto faz parte da vida. Nascemos, crescemos e morremos. É este o ciclo que dita o senso comum e, por isso, quando morre uma criança dizemos que é uma morte ‘contranatura’, porque não segue a ordem natural da vida. É como se esse sentido colectivo da vida, o desígnio de continuidade que carregamos e as expectativas que projectamos para o futuro enquanto espécie humana se desfizessem.

Embora a perda de um ente querido seja sempre um processo difícil, que envolve sentimentos de tristeza e de mágoa, a verdade é que “a morte de um filho é um luto singular, extremamente doloroso e uma perda irreparável”.

O luto parental reflecte-se ao nível da própria experiência interna subjectiva, abala as estruturas familiares e tem um impacto profundo na vivência social dos pais enlutados.

Sara Ferraz faz questão de vincar que a morte de um filho trata-se da “perda de um ser que não é suposto partir” e, como tal, “não existe uma fórmula mágica, nem uma forma correcta de fazer o luto”.

A vivência do luto parental, nota, “depende de vários factores” (como a personalidade dos pais, a idade, a causa da morte, entre outros) e “pode passar por diversas fases”.

Com efeito, a Psicologia identifica quatro fases do processo de luto: a fase do entorpecimento ou choque, a fase da revolta/protesto e ansiedade, a fase tristeza profunda e desorganização emocional e, por fim, a aceitação.

Negação e revolta