Madeira

Plano de Contingência já teve “três ou quatro testes”

Jorge Dias Fernandes, representante da Mesa de Serviços de Tecnologias da ACIF, que operacionalizou a plataforma que sustenta o plano, o InMadeira

Foto Arquivo/Joana Sousa/Aspress
Foto Arquivo/Joana Sousa/Aspress

O Plano de Contingência do Aeroporto da Madeira já teve três ou quatro testes, com as quais foi possível fazer as primeiras experiências sobre a operacionalidade da plataforma InMadeira, cuja vertente ‘Hotel Bank’ é a ferramenta que permitirá a gestão de quartos disponíveis na hotelaria. Em caso de necessidade de alojamento temporário e urgente de turistas e passageiros que fiquem ‘presos’ na ilha, servindo também no Porto Santo, que já tem algumas unidades registadas, esta iniciativa era há muito aguardada e, desde Dezembro, foi colocado no terreno.

Ainda que o Plano de Contingência não tenha tido um teste a sério, ainda que necessitem de ser ajustados alguns pontos (nomeadamente o registo de todos os hotéis), Jorge Dias Fernandes, presidente da Mesa de Serviços de Tecnologias, salienta que a partir da plataforma de reservas da ACIF, que abrange todos os serviços e produtos turísticos das suas empresas associadas, fez-se um ‘upgrade’, “exactamente para dar resposta a esta situação do Aeroporto”.

Ainda que não resolva o problema de inoperacionalidade temporária, por ser uma questão meteorológica e de segurança da aviação civil, o responsável lembra que este produto visa “minimizar o impacto e o desconforto das pessoas que são afectadas”. E acrescenta: “Tem havido um esforço muito grande da Secretaria do Turismo, da ACIF e nosso, de envolvimento de todas as entidades, que já são mais de 150 contactadas e abordadas, tendo havido já várias acções de informação e esclarecimento para mobilizar as empresas regionais a estarem na plataforma e, neste momento, temos mais de 75 completamente activas e disponíveis para o que for preciso.”

Depois de estarem registadas na plataforma InMadeira, as empresas, nomeadamente os hotéis têm de informar sobre as vagas disponíveis quando notificadas. Essas notificações por SMS e por E-mail são enviadas quando há a perspectivas de que haverá problemas, ajudando inclusive as agências a gerir os clientes e os hotéis a gerir os hóspedes, ficando avisados até com dias de antecedência de que haverá problemas no aeroporto ou recomendar que vão mais cedo, para agilizar o processo.

Reconhecendo que a plataforma precisa de mais unidades hoteleiras registadas, uma vez que “já houve três ou quatro situações em que a plataforma foi utilizada desde que ficou disponível no final do ano passado”, tendo ficado claro que em casos extremos será preciso que todo o sector garanta o número de camas para que o Plano seja eficaz. “Tem vindo a crescer o número de quartos disponíveis, mas ainda está aquém do que será necessário e do que se pretende. É um processo evolutivo, porque também estamos a mudar os procedimentos e os próprios hoteleiros têm de reagir perante uma situação (maior número de dias de inoperacionalidade do aeroporto) que não era comum antigamente. Da parte dos ‘handlers’ (representantes das companhias aéreas nas plataformas aeroportuárias) também já tinham os seus meios de funcionamento e estão a ajustar para usar a plataforma em vez da troca de e-mails. Tem havido uma evolução positiva, mas ainda não estamos onde gostaríamos”, reforça.

No seu entender, uma vez que actualmente apenas as unidades hoteleiras e as agências estão registadas, é preciso assegurar que a parte da logística (transferes) funcione, daí que são elaborados relatórios nesse sentido de garantir que os passageiros que são encaminhados para os hotéis, depois possam ser transportados a tempo para o Aeroporto quando as companhias disponibilizem os voos que tenham sido adiados ou cancelados.

Assim, resumidamente explicado: quando há previsão de inoperacionalidade do aeroporto por 24 horas, por exemplo, é dado o alerta por SMS ou e-mail; as unidades hoteleiras registadas têm de actualizar a disponibilidade de quartos para dois três, quatro dias ou mais; também devem apresentar na plataforma quanto querem cobrar por dia; há outro conjunto de condições que devem se preenchidos, nomeadamente em termos de operacionalidade; depois os ‘handlers’ entram na plataforma e, com base num conjunto de critérios, procuram o que há disponível e fazem a reserva, incluindo a lista de passageiros que serão enviados para o referido hotel.

Refira-se uma das noticias de destaque da edição impressa do DIÁRIO desta quinta-feira, frisamos que “o Governo Regional desfaz dúvidas e críticas e assume que o Plano de Contingência do Aeroporto da Madeira já está em funcionamento e foi activado nalgumas ocasiões, sendo que a primeira ocorreu em 28 de Dezembro de 2018. Foi novamente accionado no dia 21 de Abril, na sequência de tempo adverso”. Aliás a secretária regional do Turismo vai mais longe e afirma que o plano está a “corresponder às expectativas”, ainda que ressalve que se trata se trata de uma “base de trabalho sujeita a à evolução”, disse Paula Cabaço.