Madeira

Parte das indemnizações pagas por José Manuel Coelho atribuída a instituições

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Parte dos 28.000 euros de indemnizações a pagar pelo dirigente do PTP José Manuel Coelho, hoje condenado por difamação agravada e desobediência qualificada, será destinada a instituições de solidariedade social, por indicação de uma das vítimas.

O Tribunal da Instância Central da Comarca da Madeira condenou hoje José Manuel Coelho a três anos e meio de prisão efectiva, na sequência de crimes cometidos no âmbito da sua actividade política.

O tribunal determinou a efectividade da pena pelos antecedentes do arguido, com várias sentenças no âmbito da sua atividade política, por considerar que José Manuel Coelho tem propensão para este tipo de crimes contra a honra das pessoas e mostrou não acreditar na Justiça.

A indemnização a José Candelária, ex-funcionário e dirigente do PSD, no valor de 6.000 euros, será destinada a duas instituições de solidariedade social, conforme solicitado pelo próprio.

A Maria Antunes Gameiro, procuradora do Ministério Público, José Manuel Coelho terá de pagar a quantia de 20.000 euros pelo facto de a ter acusado de construir uma “mansão” numa zona do Pico do Areeiro integrada em zona de parque natural e na Rede Natura.

Ao ex-presidente da Junta de Freguesia de Santo António da Serra e empresário João Martinho Gouveia o vice-presidente do PTP terá de pagar 2.000 euros, num caso relacionado com fundos europeus.

José Manuel Coelho nasceu em 22 de julho de 1952 (faz 67 anos este mês) em Gaula, freguesia do concelho de Santa Cruz, na Madeira, e foi pintor da construção civil antes de ingressar na política, tendo passado pelo PCP, PND e PTP.

Foi deputado à Assembleia Legislativa da Madeira nas IX, X e XI legislaturas (desde 2008, em regime de rotatividade) como parlamentar do PND (entretanto extinto) e do PTP, do qual é vice-presidente na estrutura regional.

Nas eleições de 2011, foi candidato à Presidência da República, tendo obtido 39,1% dos votos validamente expressos na Região Autónoma da Madeira, o que significou um segundo lugar no arquipélago, atrás de Cavaco Silva (44,01%).

A sua actividade política tem sido marcada por momentos pouco comuns: nos plenários da Assembleia Legislativa da Madeira, por exemplo, já usou um relógio de parede ao pescoço como forma de contestar o regimento do parlamento (por conceder tempos diminutos aos partidos da oposição) e desfraldou a bandeira nazi, como protesto por o parlamento nunca comemorar o 25 de Abril de 1974.

Na altura, em 2008, acusou o regime de Alberto João Jardim de ser “ditatorial”.