Madeira

Manuel António em julgamento: “Eu não admito negócios com bens públicos”

O ex-secretário regional, acompanhado do seu advogado, à saída da primeira audiência de julgamento. FOTO RUI A. SILVA/ASPRESS
O ex-secretário regional, acompanhado do seu advogado, à saída da primeira audiência de julgamento. FOTO RUI A. SILVA/ASPRESS

O antigo secretário regional dos Recursos Naturais, Manuel António Correia, garantiu, esta manhã, no tribunal do Funchal, que desconhecia que a Coopescamadeira e os empresários Justino Ferreira e Katsuni Ono vendiam licenças de pesca a armadores asiáticos e que nunca admitiria conceder tais direitos se tivesse alguma dúvida quanto à legalidade do procedimento. “Eu não admitiria estas licenças porque não admito negócios com bens públicos”, afirmou o ex-governante, no início de um julgamento em que é acusado de um crime de prevaricação e um crime de abuso de poder, devido à atribuição de licenças de pesca a armadores japoneses e chineses nos anos de 2005 e 2006.

“Só fui motivado pelo interesse público”, sublinhou Manuel António Correia perante o colectivo de juízes presidido por Teresa de Sousa, explicando que o seu despacho para emissão de licenças de pesca visou manter o nível de capturas de atum, já que a Região e o país corriam o risco de perder a quotas autorizadas pelos organismos internacionais.

O julgamento prossegue esta tarde, pelas 14h30, no Juízo Central Criminal do Funchal (Edifício 2000).