Madeira

Greve na Portway, para já, sem efeitos

Sindicato aguarda turno da manhã para perceber impacto da greve dos trabalhadores

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Dois dos três primeiros aviões da manhã baseados no Porto levantaram voo (um deles, da easyJet, com direcção à Madeira), segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação Civil, que aguarda pelo primeiro turno da manhã para fazer um balanço da greve dos trabalhadores da Portway.

Em declarações à agência Lusa, Fernando Simões, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), disse que o turno da noite tem sempre menos trabalhadores e prevê que apenas quando começarem a movimentar-se os aviões em Faro, com a chegada dos primeiros voos, “é que se vai ter a perceção do impacto da greve” dos trabalhadores de operações em terra.

“Apesar Lisboa e Porto terem aviões baseados, os que ficam durante a noite. Em Faro, a movimentação só começa a partir das 08:00. De qualquer forma, no site da ANA, há vários voos que chegam a partir das 07:00 e em que apenas aparece a descrição do voo e da hora contratada, sem indicação de previsão de saída”, disse o sindicalista.

“A gestão aeroportuária estará à espera de desenvolvimentos, de ver se há gente para assistir o avião, senão terá de divergir. Se aterrar, tendo em conta o atraso, poderá acontecer muita coisa dai para a frente”, acrescentou.

Fernando Simões diz que a partir das 08:00, quando entrou o turno da manhã, é que se poderá ter uma perceção do impacto da greve de três dias, que hoje começou, dos trabalhadores da Portway, que prestam assistência em terra aos passageiros dos aeroportos.

Quanto à tentativa de substituição de grevistas, de que o sindicato tinha dado conta, Fernando Simões diz que as primeiras indicações apontam para que algumas pessoas que tinham dito que sim, “pois não sabiam da greve nem se tinha ou não serviços mínimos”, voltaram atrás.

“Vamos começar a perceber se realmente se efetiva algum desses casos. As últimas informações que tive foi no sentido de pessoas que já tinham dito que sim (...), quando se começou a ter conhecimento público de que havia uma greve a decorrer, muita gente recusou”, contou o sindicalista, sublinhando que “as pessoas sabem que podem ser apanhadas num ilícito que é a substituição de grevistas”.

Fernando Simões diz que falta igualmente confirmar outra informação que chegou ao sindicato e que indica que haveria pessoal a ser desviado da sede, sobretudo auditores internos, “que alegadamente foram avisados de que teriam de estar de prevenção hoje caso fosse necessário para descarregarem aviões”.

“Estamos a falar de auditores que tem formação como auditores mas para descarregar aeronaves duvido que tenham as formações necessárias nesse sentido”, afirmou.

A paralisação foi convocada pelo SINTAC e irá afetar os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal.

Em comunicado, o SINTAC indicou que decidiu avançar com o referido pré-aviso de greve na empresa porque esta não cumpriu o descongelamento de carreiras no passado mês de novembro, conforme tinha sido assinado em 2016.

Por sua vez, a empresa afirmou que “cumpre escrupulosamente a lei e toda a regulamentação aplicável, tanto ao nível da legislação laboral como em termos de acordos e protocolos aplicáveis à empresa”, pelo que “não reconhece fundamentos para esta paralisação”.

Entretanto, o SINTAC resolveu avançar com um novo pré-aviso de greve na Portway, desta vez ao trabalho suplementar, banco de horas e fins de semana, entre 01 de janeiro e o final de março.

Segundo pudemos apurar, pelo menos dois voos da companhia easyJet, que é servida em terra pela Portway, chgaram esta manhã de Lisboa e do Porto (como referido acima), sendo que o regresso dos mesmos será feito ainda antes das 10 horas. Não aparentando haver qualquer problema na operação no Aeroporto da Madeira.