Madeira

Estados Gerais do PS traz crítico do candidato às europeias mas que votaria em Cafôfo

Carlos Fiolhais é físico, professor universitário e ensaísta e vem falar amanhã sobre Cultura

Carlos Fiolhais numa conferência.  Foto DR
Carlos Fiolhais numa conferência. Foto DR

Um dos oradores convidados pelo Partido Socialista da Madeira a falar sobre Cultura na terceira edição dos Estados Gerais que se realiza amanhã no Funchal, é uma voz crítica que não se coíbe de apontar o dedo ao “incompetente” Pedro Marques, ex-ministro e cabeça-de-lista ao Parlamento Europeu pelo PS, mas que votaria no “independente Paulo Cafôfo para presidente do Governo Regional da Madeira.

Num artigo de opinião divulgado ontem no jornal ‘Público’, Carlos Fiolhais, que é físico de formação, professor catedrático na Universidade de Coimbra e, ainda, ensaísta e autor de vários livros temáticos, disse que “neste ano eleitoral, abriu oficialmente a caça ao voto com a ida do primeiro-ministro à cozinha da Cristina Ferreira”, começa logo na primeira frase, numa crítica clara ao secretário-geral do PS.

Depois, aponta à temática regional, passando pelo actual presidente da Câmara Municipal do Funchal, pelo “reinado” do PSD-Madeira e elogiando a “abertura” à sociedade do PS-Madeira.

“Se eu fosse eleitor na Madeira não teria quaisquer dúvidas em votar no independente Paulo Cafôfo, proposto pelo PS, para presidente do Governo Regional”, diz. “Por um lado, a democracia na Madeira está a precisar de um novo fôlego: não é normal que o mesmo partido reine - é esse o termo - desde há 43 anos. Por outro, o PS madeirense tem revelado abertura à sociedade, com a escolha do candidato, as coligações que tem feito e com a organização de Estados Gerais (vou participar numa sessão sobre cultura), para além de manifestar interesse pelas questões da educação, ciência e cultura, que me são caras”, critica e elogia.

Já quanto às eleições europeias de 26 de Maio próximo, Carlos Fiolhais volta às críticas aos socialistas, embora ressalve um nome pela positiva e outro pela negativa. “A escolha do PS para número um da sua lista de um jovem ministro que se procurou afirmar com anúncios em catadupa de obras públicas impede-me de votar nesse partido, como noutras circunstâncias poderia fazer”, anuncia. “Votaria se fosse, por exemplo, Maria Manuel Leitão Marques, que tem carreira fora do partido e que no governo tentou com competência inovar alguns serviços públicos. Pelo contrário, Pedro Marques (sem qualquer relação familiar com o nome anterior), ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas, revelou-se incompetente em vários dos processos sob a sua tutela: desde a incapacidade de resolver bem a calamitosa questão do Metro Mondego até à falta de visão quanto ao perigoso IP3, que não vai passar a auto-estrada, como Viseu pede e é necessário”.

Depois de apontar vários exemplos negativos na área dos Transportes que Pedro Marques tutelou, o docente universitário conclui que este “foi o responsável pelos fundos europeus, mas não os soube redistribuir, designadamente reforçando o depauperado sector da ciência, tecnologia e ensino superior. Sem obra feita, o partido manda-o agora para a Europa. Mas não tem um pensamento estruturado sobre a Europa, nem sequer um ideário político consistente para além das banalidades que os ‘boys’ partidários aprendem desde pequenos”, atira.