Paulo Cafôfo encontrou antigos alunos no terminal norte do aeroporto de Gatwick e uma comunidade com cerca de 100 emigrantes madeirenses que vivem Crawley e que são hoje a ‘força motriz’ do maior restaurante da infra-estrutura aeroportuária.

Na mesa do restaurante ‘Sonoma’, o maior do grupo TRG Concessions, onde trabalha mais de uma centena de madeirenses, a presença de Paulo Cafôfo, em trânsito de Jersey para o Funchal, não passou despercebida.

O autarca do Funchal foi saudado pelo ‘staff’ em língua portuguesa e reencontrou alguns antigos alunos do “professor Cafôfo” que lembram da feira quinhentista organizada pelo presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF) quando leccionava a disciplina de História na Escola Secundária da Calheta.

Juan Gonçalves é disso exemplo. O chefe de cozinha gere um grupo de 60 funcionários e é o responsável pela gestão de ‘stocks’. É natural da Calheta e foi aluno de Cafôfo. Há 11 anos decidiu rumar para terras de Sua Majestade para ajudar o filho, hoje com 12 anos, que sofre de uma paralisia cerebral.

O madeirense, que concebeu todo o menu do enorme restaurante onde há sempre fila à entrada, fez questão de convidar o presidente da CMF para conhecer a cozinha do restaurante e apresentar-lhe o seu ‘staff’, maioritariamente composto por madeirenses.

À mesa, atendeu-nos Carina Nunes, uma desportista que há oito anos trocou São Roque por Crawley, cidade que acolhe hoje mais de 10 mil madeirenses, muitos deles trabalhando nas centenas de lojas, bares e restaurantes do aeroporto internacional de Gatwick, um dos mais movimentados do mundo.

A jovem madeirense não pensa em voltar tão cedo à Madeira, nem em visitar a terra-natal. “Daqui a um ano ou dois, talvez”, respondeu Carina que não perde uma oportunidade para meter a prancha de surf no carro e fazer-se à estrada para apanhar umas ondas no mar de Brighton. “Primeiro quero conhecer o mundo”, releva.

Na gerência do ‘Sonoma’ está outra madeirense. Ilda Gonçalves, natural da Calheta, é o rosto da produtividade e da eficiência do serviço da multinacional - mas de ‘motor’ made in Madeira – a facturar um valor elevado mensalmente. Só passada sexta-feira, o restaurante do terminal norte de Gatwick bateu o recorde diário de facturação da empresa, considerada a maior em toda a cadeia de restaurantes do grupo representados nos quatro cantos do mundo.