Madeira

Aventureiro tentou atravessar Atlântico em balão a partir das Desertas há 50 anos

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No dia 21 de Maio de 1969, há precisamente 50 anos, na primeira página do DIÁRIO dava-se destaque a Francis Brenton, um britânico que pretendia efectuar a travessia do Atlântico em balão, com partida das Desertas e com os Estados Unidos da América como destino final. Era mais um desafio que o aventureiro de 42 anos colocava a si próprio, isto depois de, em 1961, sem qualquer experiência de mar e num pequeno veleiro, ter conseguido atravessar o Atlântico, entre Tenerife e Santa Lucia.

A reportagem do DIÁRIO esteve nas Desertas a acompanhar os preparativos do lançamento do balão, que se prolongaram por mais de duas semanas. Não foi o único órgão de comunicação social a interessar-se pelo tema. Um jornal de Chicago destacou um enviado especial para cobrir o assunto.

Durante o período em que esteve nas Desertas, Brenton ficou ‘alojado’ nas grutas que no passado tinham utilizadas por caçadores de cagarras e o seu projecto incluía ‘tecnologia’ madeirense. A cesta em vimes onde viajaria o único ocupante do balão fora concebida pela empresa Unibasket. Um grupo de madeirenses juntou-se-lhe no local – os barcos ‘Brisa do Mar’ e ‘Sindbad’, com Vasco Catanho da Silva, Élvio de Sousa, Lúcio Furtado Mendonça, José da Luz e Rogério Freitas.

O sonho do aventureiro de 42 anos chegaria ao fim a 1 de Maio de 1969, quando falhou a tentativa de fazer subir o seu balão nas Desertas. Derrotado mas não resignado, Francis Brenton disse na altura que não desistia do seu projecto e que tinha planos para fazer uma nova tentativa de lançamento, talvez a partir das Selvagens. Não há notícia de que o tenha concretizado. O que se sabe é que se perdeu o rasto de Francis Brenton em 1971, quando ele tentava realizar uma nova travessia atlântica em veleiro, dessa vez desde o continente americano para o europeu.