Madeira

Autarcas do PS Porto Santo denunciam atropelo aos seus direitos

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Os autarcas do PS Porto Santo lamentam os “comportamentos pouco isentos e parciais dos autarcas do PSD” na sessão de hoje da Assembleia Municipal.

Enquanto oposição, os socialistas entendem que houve “atropelos muito graves” à sua liberdade de expressão e de participação, quando a presidente da Assembleia Municipal submeteu à votação o direito de os vereadores poderem intervir para o debate de assuntos de relevante interesse municipal e para o exercício do direito da defesa da honra, violando o disposto no artigo 28.º, n.º 6 do Regimento e o artigo 48.º, n.º 5 da Lei n.º 169/99 de 18 de Setembro.

Os autarcas socialistas apontam também o dedo ao facto de o secretário do vice-presidente da Câmara Municipal, José António de Vasconcelos, integrar a Assembleia Municipal, exercendo “funções inconciliáveis”, o que “é censurável, tendo em conta o padrão de valores éticos que se exige a um autarca”.

O PS critica aquilo que considera ser a “pobreza de espírito” do PSD, “tão comum aos intolerantes e àqueles que apenas se sabem servir do regime democrático para benefício próprio, mas depois não toleram a liberdade dos outros, esquecendo-se que vivemos num Estado democrático e não totalitário”.

“Será que o exercício de funções no gabinete de apoio pessoal do vice-presidente da Câmara é eticamente passível de coexistir com as suas funções de membro desta Assembleia Municipal, sem provocar quaisquer conflitos, nomeadamente ao nível da isenção e imparcialidade, com o desempenho do cargo de secretário e chefe do pessoal do parque de materiais e de máquinas da Câmara Municipal?”, questionam os autarcas socialista, acusando ainda o PSD de ter “duas posições contraditórias para casos idênticos”, lembrando a situação concreta de Luís Pedro Melim, adjunto do gabinete de apoio à presidência quando Filipe Menezes de Oliveira era o edil e teve de renunciar ao mandato enquanto membro da Assembleia, na sequência do protesto do PSD.

“É legítimo perguntar ao senhor José António Vasconcelos o que mudou, se são dois casos idênticos que se regem pelos mesmos valores éticos. Enquanto o primeiro considerou não haver condições éticas para se manter como adjunto e em simultâneo membro da Assembleia, o segundo não admite sequer que essa hipótese seja colocada e diz-se vítima de um ataque de caráter por parte de quem tem vindo a levantar esta discussão, demonstrando assim que não tem sequer presente o padrão ético e moral que deve nortear um autarca no exercício das suas funções”, rematam os socialistas.