Madeira

Associação pede incentivo do Governo para os madeirenses adquirirem bicicletas eléctricas

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A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) questiona o Governo Regional, através de comunicado, a ausência de incentivos aos madeirenses que queiram adquirir bicicletas eléctricas, à semelhança do que se sucede a nível nacional, desde 2019, e mais recentemente nos Açores.

De acordo com a nota enviada à redacção, “o Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2020, aprovado na semana passada, contempla um programa de incentivos à mobilidade eléctrica (PRIME-RAM: Programa de Incentivo à Mobilidade Eléctrica na Região Autónoma da Madeira), sem, contudo, clarificar a sua aplicação a bicicletas com assistência eléctrica. Cabendo, agora, aos membros do Governo Regional responsáveis pelas áreas das finanças e dos transportes definir as condições e termos do programa”, pelo que “a MUBi considera que seria inaceitável que, como aconteceu com o PRIME-RAM iniciado em 2019, apenas na ilha do Porto Santo, este programa, em 2020 estendido a toda a Região Autónoma da Madeira, discriminasse negativamente a bicicleta com assistência eléctrica”.

“A bicicleta com assistência eléctrica é, em contexto urbano, o modo de transporte mais rápido porta-a-porta em distâncias até 10 quilómetros, e até 20 quilómetros a diferença para o automóvel é marginal. Ao permitir deslocações de mais longa distância, tornar obstáculos naturais mais fáceis de superar e possibilitar o transporte de cargas mais pesadas por quem faz compras ou ser usada nas actividades de distribuição, proporciona uma solução de mobilidade saudável, ecológica e energeticamente eficiente a novos grupos da população e tem um grande potencial de substituir deslocações em automóvel. A bicicleta eléctrica é o veículo eléctrico que dominará a próxima década. Em países como a Bélgica ou a Holanda, as bicicletas com assistência eléctrica representam já perto de, ou terão ultrapassado, 50% do total de bicicletas vendidas. Na Alemanha foram vendidas em 2018 perto de um milhão de bicicletas eléctricas, 27 vezes o número de automóveis eléctricos registados nesse ano”, pode ler-se no comunicado.

“As políticas públicas de incentivo à acessibilidade e mobilidade eléctrica devem ter em conta todos os modos de transporte, e não ser focadas na redução de emissões de apenas um modo, ou não ter em consideração outros problemas da sociedade como o sedentarismo da população, o congestionamento das cidades ou o uso e qualidade do espaço público Privilegiar a mobilidade activa e sustentável, incluindo a utilização da bicicleta, convencional ou com assistência eléctrica, em detrimento do transporte motorizado individual é uma tendência crescente nas sociedades desenvolvidas, pela excelente relação custo-benefício e enormes vantagens que proporciona em áreas fundamentais para a qualidade de vida de todos. A promoção da utilização da bicicleta deve ser encarada de forma objectiva, sistematizada, transversal e ambiciosa”, referiu ainda a associação.