Daqui para lá, de lá para cá

Considero-me um cidadão atento e esclarecido, mas confesso, que a novela do custo das passagens aéreas, é “muita areia para a minha camioneta”. São as tais engenharias financeiras, politiquices do costume, conversas da treta, a que já estamos habituados.

Verdade é que andamos há muitos anos a ser f*..., isso mesmo, é o adjectivo que está a pensar.

Mas como tenho algum tempo para pensar, chamou-me atenção, que todos os “doutos” políticos, usam a expressão, “continuidade territorial”, como um direito constitucional dos Portugueses ilhéus.

Não é necessário ser muito letrado, para entender o seu significado, mas para os menos favorecidos, lá vai: Á luz da nossa lei Constitucional, somos todos portugueses, assim, esqueçamos que existe mar, a separar-nos do retângulo Pátrio.

Sabemos bem, não de agora, que de “lá para cá, nada dado”, não existem “almoços gratuitos,” mas deixemo-nos de lamúrias, de ingenuidades, nem manias de “povo superior”, pois também, temos algumas culpas no cartório.

A nossa Autonomia? Muitos sentem-se satisfeitos e orgulhosos. Autonomia? Recordo o ditado popular, “ mulher que dependa do bolso do marido, tem futuro incerto.

Não perdendo o fio à meada, se revindicamos um preço justo para nós, devemos nos lembrar, que os nossos patrícios, também deveriam ter um preço justo para virem cá, (estrangeiros são outra história), regras do mercado.

Quantas vezes já ouvimos dizer: gostava de ir à Madeira mas as passagens são caras. O turista continental, tem a nossa mentalidade, ou seja: “teso” não viaja.

No mínimo, desfruta da nossa “espetada”, compra um pauzinho da poncha, (nome malcriado) e um lencinho de bordado Madeira, que nunca vai usar. O turista Português não é um “unha de fome”, interessa ao “mealheiro” madeirense.

Continuidade territorial, só daqui para lá? Se calhar, os Srs. governantes, não estão a enxergar bem.