Senado confirma Mike Waltz como embaixador dos EUA na ONU após meses de atrasos
O Senado dos Estados Unidos confirmou hoje Mike Waltz como o próximo embaixador norte-americano nas Nações Unidas, após oito meses de atrasos por parte da administração liderada pelo Presidente Donald Trump e a retirada de uma nomeada anteriormente.
Waltz serviu apenas durante algumas semanas como conselheiro de segurança nacional de Trump antes de ser demitido em maio, depois de ter adicionado erradamente um jornalista a um grupo privado da rede social Signal utilizado para discutir planos militares sensíveis.
Negou ter sido afastado do cargo e insistiu que o grupo cumpria os padrões de cibersegurança do governo. O inspetor-geral do Pentágono (Departamento de Defesa) está a investigar.
A aprovação de Waltz por votação bipartidária ocorreu depois de um recente obstáculo processual, que fez regressar a nomeação à Comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado (câmara baixa do Congresso), onde teve de ser votada novamente na quarta-feira.
O Senado não votou uma questão separada que designaria formalmente Waltz como representante na Assembleia Geral, devido a objeções dos democratas, de acordo com fonte ligada ao processo das deliberações do Senado, citada pela agência Associated Press (AP).
Não é claro como ou se Waltz poderá participar na reunião anual da ONU em Nova Iorque, na próxima semana e a Casa Branca não respondeu de imediato a um pedido de esclarecimento.
Também não é claro por que razão Waltz não foi promovido antes de os democratas aplicarem a medida processual na semana passada, dado que a sua nomeação saiu da comissão no mês passado com apoio bipartidário, apontou a AP.
Um porta-voz do Departamento de Estado disse que trabalharam em estreita colaboração com a Casa Branca "para promover cada um dos nomeados o mais rapidamente possível", incluindo Waltz.
Mas um conselheiro democrata do Congresso revelou esta semana que os responsáveis governamentais não demonstraram "qualquer urgência" em confirmar Waltz perante a Assembleia Geral da ONU, que começa na terça-feira com Trump como um dos primeiros oradores.
Trump nomeou Waltz em maio para representar os EUA nas Nações Unidas após a retirada da anterior nomeada, a congressista Elise Stefanik, devido a preocupações com a maioria republicana na Câmara dos Representantes (câmara baixa).
Durante a sua audição de confirmação no Senado, meses depois, Waltz repetiu as prioridades dos seus superiores, Trump e o secretário de Estado Marco Rubio, de procurar reformas importantes na organização internacional com 80 anos.
A chegada de Waltz ao cargo coincidirá com um momento de grandes mudanças para a ONU, que ainda está a recuperar da decisão de Trump, este ano, de cortar o financiamento à assistência externa, o que afetou enormemente as suas agências de ajuda humanitária e prenunciou cortes adicionais de fundos americanos no orçamento anual da ONU.