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EUA discutem em Cabul eventual troca de prisioneiros com talibãs

FOTO TALIBAN'S ECONOMIC AFF. MINISTRY/EPA
FOTO TALIBAN'S ECONOMIC AFF. MINISTRY/EPA

O enviado especial norte-americano para os detidos, Adam Boehler, realizou uma rara visita a Cabul para discutir a possibilidade de uma troca de prisioneiros com o governo talibã, disseram hoje responsáveis norte-americanos e afegãos.

"Adam Boehler, sobre a questão dos cidadãos presos no Afeganistão e nos Estados Unidos, afirmou que os dois países vão trocar os seus prisioneiros", indicou o gabinete do vice-primeiro-ministro talibã, Abdul Ghani Baradar, no final do encontro.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, não confirmou, por seu lado, que uma troca vá concretizar-se, sublinhando que Boehler se deslocou a Cabul para "explorar o que é possível".

"O nosso enviado especial para as pessoas detidas ilegalmente tem estado há algum tempo envolvido em discussões", disse Marco Rubio, no sábado, à imprensa antes de partir para o Médio Oriente.

"A decisão sobre qualquer acordo ou troca caberá ao Presidente (norte-americano, Donald Trump), mas queremos absolutamente que qualquer cidadão norte-americano, ou qualquer pessoa detida ilegalmente, seja libertada. Foi por isso que ele se deslocou ao terreno, para estudar as modalidades dessa medida", explicou.

Pelo menos um cidadão norte-americano, Mahmood Habibi, é considerado como estando detido no Afeganistão. Os Estados Unidos ofereceram uma recompensa de cinco milhões de dólares (cerca de 4,3 milhões de euros) por qualquer informação sobre a localização, enquanto os talibãs negam qualquer envolvimento no desaparecimento em 2022.

Em março, um norte-americano, George Glezmann, antigo mecânico aeronáutico que esteve mais de dois anos detido pelos talibãs, foi libertado na sequência de uma visita de Boehler a Cabul.

O responsável norte-americano, que no sábado voltou a estar acompanhado pelo antigo emissário para o Afeganistão Zalmay Khalilzad, abordou novamente a questão dos detidos durante as conversações com o chefe da diplomacia afegã, Amir Khan Muttaqi.

"Cada parte sublinhou que vai continuar a falar sobre diferentes questões atuais e futuras relativas às relações bilaterais, sobretudo a dos cidadãos presos nos dois países", escreveu na rede social X o porta-voz adjunto do governo talibã, Hamdullah Fitrat.