Pelo menos 58 feridos em ataque de Israel na Cisjordânia
Pelo menos 58 pessoas ficaram hoje feridas num ataque do exército israelita na cidade de Ramallah, sede da Autoridade Palestiniana na Cisjordânia, indicou a organização humanitária Crescente Vermelho.
O exército israelita invadiu Ramallah com tiros e disparos de granadas de gás lacrimogéneo, causando oito feridos por balas reais, 14 por balas de borracha, cinco por estilhaços de munições reais e 31 por inalação de gás lacrimogéneo.
O líder do movimento islamita palestiniano, no poder na Faixa de Gaza, Hamas, Mahmud Mardawi, condenou este ataque que descreveu como "um crime" e "uma extensão da guerra de extermínio" que Israel tem vindo a travar há quase dois anos no enclave palestiniano, de acordo com um comunicado.
"Os ataques brutais na cidade de Ramallah esta manhã, visando bancos, casas de câmbio e instalações civis, refletem a clara abordagem destrutiva e exterminadora da ocupação e os objetivos hostis de reforçar o controlo no terreno na Cisjordânia", sublinhou Mardawi.
O ataque teve lugar na praça central de Al Manara, na cidade palestiniana.
Questionada pela agência de notícias EFE, uma porta-voz do exército israelita limitou-se a explicar que "há atividade" na zona, sem dar mais pormenores, e indicou que a informação seria fornecida mais tarde.
De acordo com a agência de notícias palestiniana Wafa, que citou fontes locais, os atiradores israelitas estavam posicionados nos telhados quando as tropas invadiram a zona central do mercado de Ramallah.
A Wafa afirmou que as tropas israelitas entraram numa casa de câmbio na cidade e dispararam munições reais e granadas de atordoamento contra os residentes.
Imagens em direto da estação de televisão do Qatar Al Jazeera mostram vários veículos blindados israelitas nas ruas de Ramallah e soldados com espingardas em varandas.
A Cisjordânia foi dividida em três zonas: a zona A, sob controlo exclusivo da Autoridade Palestiniana; a zona B, sob controlo partilhado; e a zona C, sob controlo total de Israel.
Ramallah, centro político palestiniano, situa-se na zona A, o que implica que a segurança deve estar exclusivamente nas mãos dos palestinianos.