Um largo e tortuoso caminho
Não será para comemorar os 55 anos de uma das muitas músicas de sucesso da icónica banda de Liverpool. Olhar para o nosso interior e ver se existe algo para mudar, para melhorar, alguma barreira a superar, algum medo a eliminar. Porque inicialmente para podermos aceitar o mundo como ele é, o primeiro passo será gostarmos de nós, daí conseguiremos a confiança de transmitir algo de positivo em cada dia das nossas vidas. Mergulhados em incertezas, rodeados de tanta mentira, perseguidos por tanta falsidade, bombardeados com tanta publicidade de várias frentes, quer socais, políticas ou económicas e comerciais, já pouco nos resta meditar naquilo que deverá ser a nossa preocupação em obter o que realmente nos possa interessar para nossa satisfação, o preencher das necessidades básicas e conquistar um pouco de liberdade à nossa medida. Quando achamos que já conseguimos o modelo ideal, logo apresentam-se novas ideias, novos modelos, novos produtos e novas maneiras e parece que tudo terá de começar de novo e o tempo foge-nos por entre os dedos e falta-nos aquele verdadeiro tempo que teríamos e deveríamos ter dedicado a nós próprios e àqueles que minimamente precisam de um pouco de nós, principalmente os nossos familiares, os mais idosos, os nossos filhos e porque não até os nossos amigos. Porque pensamos no imediato, no benefício instantâneo, no proveito na hora, na recompensa pelo desempenho, e às vezes deixamos fugir aquilo que no futuro nos trará o retorno e a recompensa do nosso «produto» ou trabalho e o retorno do nosso comportamento e das nossas atitudes, esquecemo-nos do benefício a longo prazo para (apostar) na agora e já. O mundo actual absorvido pela sociedade de consumo, não espera pelas compensações de vida eterna, confunde-se e deixa-se absorver com «benefícios» imediatos. Se realmente compreendêssemos que para obter uma vida eterna já neste mundo dos vivos, bastava que isso fosse interiorizado em cada um de nós e que para obter a realização total da humanidade seria tão fácil como distribuir um sorriso, muito amor, afeto, fidelidade, compreensão, perdão, humildade, solidariedade e verdade por todos aqueles que nos rodeiam, compreenderiam rapidamente a mensagem, e os benefícios de uma sociedade mais justa no imediato os nossos benefícios seriam prontamente alcançados. Preparamo-nos para eleger um novo governo, estamos perante uma situação algo perigosa no que à prevalência de uma democracia e algo incerta a continuidade da nossa liberdade. No país são mais de 4 milhões de cidadãos indignados, revoltados, desiludidos e defraudados com o sistema que deixaram de acreditar, (os abstencionistas) que neste momento poderia designar de um autêntico «exército» de salvação nacional se decidissem utilizar a sua influência (voto) para pelo menos voltar a depositar a esperança em restaurar a democracia, restituir a liberdade e resgatar os valores da sociedade e votassem massivamente contra um sistema em avançado estado de decomposição.
A. J. Ferreira