DNOTICIAS.PT
Eleições Autárquicas Madeira

“Não é por acaso que sou o militante número 3”

Paulo Alves assume-se como o candidato legitimado pelos militantes e diz que “isto não é uma questão pessoal ou ambição pessoal”

None

Questionado pelo DIÁRIO sobre a eventualidade de surgir uma candidatura alternativa em Santa Cruz, Paulo Alves responde: “as pessoas são livres de escolher o caminho que quiserem”

O deputado Paulo Alves, indicado pela Comissão Política do JPP para encabeçar a lista por Santa Cruz, em vez da candidata natural – a vice-presidente Élia Ascensão – lembra que é o militante fundador número 3 do movimento criado em 2009 e que sempre esteve disponível para liderar a Câmara. Quanto à possibilidade de surgir um movimento independente alternativo no concelho, diz que “as pessoas são livres de escolher o caminho que quiserem”.

A reacção do parlamentar, à margem da sessão plenária na Assembleia Legislativa da Madeira, surge na sequência da notícia avançada pelo DIÁRIO, revelando as conclusões da comissão política reunida ontem, que aprovou o nome de Paulo Alves, o terceiro mais votado numa sondagem interna promovida no concelho, em vez da actual vice-presidente da autarquia, Élia Ascensão, preferida da população de Santa Cruz com uma margem confortável, para encabeçar a lista do partido naquele que é o concelho-berço do partido.

Élia ganha sondagem mas JPP escolhe Paulo Alves

A reunião da comissão política do Juntos Pelo Povo, em que foi decidido o candidato à Câmara Municipal de Santa Cruz, realizada esta noite, terminou com a escolha de Paulo Alves para a liderar a lista do partido. No entanto, essa não é a preferência dos eleitores que foram inquiridos na sondagem encomendada pelo partido.

O deputado do JPP assume-se como o candidato legítimo e sufragado pelos órgãos do partido, tendo por base uma consulta prévia aos militantes do concelho que, além do candidato desejado, também os inquiriu sobre as prioridades para Santa Cruz.

“O que aconteceu foi uma auscultação aos militantes de Santa Cruz, não os militantes do JPP, o que significa que, em temos percentuais, houve uma adesão bastante grande e foi uma votação significativa. Nessa votação dessa auscultação eu fui o mais votado”, explica Paulo Alves que agradece a confiança dos seus pares.

A Comissão Política veio no fundo, ratificar aquilo que os militantes de Santa Cruz já tinham dito: que o Paulo Alves deveria ser o candidato e, portanto, procedeu-se à votação e eu fui o mais votado e agradeço a confiança" Paulo Alves

O deputado lembra que esteve na fundação do partido, ao lado de Filipe Sousa, presidente da Câmara de Santa Cruz que foi eleito à Assembleia da República, e do actual secretário-geral e líder do grupo parlamentar do JPP, Élvio Sousa. Diz que a sua candidatura não é um fim, mas o início de um projecto político de continuidade. “Acho que isto é um ponto de partida em prol de um projecto que eu ajudei a construir, estou no JPP desde 2009, tal como o Élvio e o Filipe, criamos o movimento e, não é por acaso que sou o militante número 3”.

Contudo, o deputado não quer que a sua candidatura seja motivo de divisão interna. “Não há necessidade, nem haverá divisões internas nem isto poderá ser motivo para haver divisões internas porque se nós estamos num projecto, criamos um projecto poítico que passou a movimento e neste momento somos poder, digamos governação em Santa Cruz, a ideia é dar continuidade a uma governação que tem vindo desde 2013 a fazer um excelente trabalho”, referiu ao DIÁRIO.

Questionado pelo jornalista do DIÁRIO sobre se já conversou ou se tenciona fazê-lo com a actual vice-presidente Élia Ascensão, até para saber se está disponível para integrar o seu projecto político, Paulo Alves deixa a porta entre-aberta e deixa claro que não encabeça a lista por questões de ambição.

Nós já conversamos e vamos conversar, eu da minha parte não tenho qualquer obstáculo em falar com a Élia, porque isto não é uma questão pessoal ou ambição pessoal, é disponibilidade para o partido, foi o que eu sempre disse, eu estou disponível para o projecto JPP por Santa Cruz, não é uma ambição pessoal, que quero ser, que tenho de ser. Não! Eu estou disponível. E se acharem que eu devo ser, eu vou e foi isso que aconteceu Paulo Alves

Sobre se teme um candidatura independente ou outro movimento encabeçado por Élia Ascensão, agora que o JPP descartou a actual 'vice' da Câmara de Santa Cruz, Paulo Alves respondeu: “eu não tenho de temer, nem deixar de temer, as pessoas são livres de escolher o caminho que quiserem”.

Mas deixou um apelo à união do partido e pediu ao militantes para que se foquem “no projecto do JPP por Santa Cruz para dar continuidade ao trabalho feito até ao momento”.

Raimundo Quintal arrasa "Juntos Pela Palermice"

Apesar de não ser munícipe de Santa Cruz, geógrafo defende que a vereadora Élia Ascensão é a escolha certa para liderar autarquia