Paz na Ucrânia?
A possibilidade de paz na Ucrânia permanece remota, apesar de algumas movimentações diplomáticas recentes. O Presidente russo, Vladimir Putin, reiterou que qualquer acordo deve basear-se nas “realidades no terreno”, referindo-se ao controlo de cerca de 20% do território ucraniano pelas forças russas. Putin também questiona a legitimidade do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para negociar, alegando que o seu mandato expirou, o que complica ainda mais as perspectivas de diálogo direto.
Por outro lado, Zelensky mantém uma posição firme contra a cedência de territórios, afirmando que tal concessão enfraqueceria o Estado ucraniano e recompensaria a agressão russa. No entanto, reconhece que a recuperação de regiões como a Crimeia e o Donbass dependerá da pressão diplomática internacional, dada a atual incapacidade militar da Ucrânia para retomar esses territórios.
A sociedade ucraniana mostra sinais de cansaço com o prolongamento do conflito. Uma sondagem recente indica que cerca de um terço dos ucranianos estaria disposto a considerar a cedência de territórios se isso garantisse a paz e a independência do país, embora a maioria ainda se oponha a tal medida.
No cenário internacional, os aliados ocidentais da Ucrânia continuam a fornecer apoio, mas há incertezas quanto à continuidade dessa assistência, especialmente com a possibilidade de mudanças na liderança dos Estados Unidos. A União Europeia expressa desconfiança em relação às intenções russas e prepara-se para novas sanções, enquanto países como China, Índia e Brasil apelam ao fim imediato do conflito.
Em resumo, a paz na Ucrânia parece distante, com ambas as partes mantendo posições inflexíveis e a comunidade internacional dividida quanto à melhor abordagem para resolver o conflito.
Manuel Marques