Inteligência Artificial na Escola
Vivemos um tempo em que o futuro já não é uma promessa distante - é uma ferramenta do cotidiano. A inteligência artificial (IA), tantas vezes tratada como algo futurista, já está entre nós: nas salas de aula, entre cadernos, tablets, quadros digitais e as interrogações de alunos e professores. A pergunta, agora, não é mais “Se a IA deve estar na escola…”, mas “como a IA deve estar na escola…”.
Tradicionalmente, a escola foi pensada como uma fábrica de certezas: decorar, repetir, validar. A inteligência artificial, por outro lado, propõe outra lógica - questionar, simular, errar para aprender melhor. Em vez de substituir o pensamento, a IA pode - se bem usada - libertá-lo. Pode ajudar um aluno a escrever com mais clareza, a traduzir ideias complexas, a visualizar conceitos abstratos.
Por exemplo, um estudante pode usar IA para criar um mapa conceitual de um romance ou gerar um gráfico interativo de uma função matemática. Para o professor, abre-se a possibilidade de personalizar o ensino, adaptar ritmos, identificar dificuldades que escapam ao olhar humano.
É claro que surgem receios. Há quem tema que os alunos deixem de pensar, que as máquinas façam tudo, que a criatividade se perca entre algoritmos. Mas esses medos ganham força apenas quando a IA é vista como um fim em si mesma, não como um meio. A calculadora não eliminou o raciocínio matemático - apenas o libertou da repetição. A IA pode fazer o mesmo com a aprendizagem.
Mais do que temer a inteligência artificial, a escola precisa de ensinar a conviver com ela. Não como quem enfrenta um inimigo, mas como quem aprende a usar uma ferramenta. Cabe aos professores mostrar aos alunos que pensar continua a ser a maior revolução - mesmo num mundo em que as máquinas também “pensam”.
Desafiar mentes com ferramentas do presente não é trair o passado - é honrá-lo. A escola que integra a IA de forma crítica e criativa prepara não apenas profissionais para o amanhã, mas cidadãos conscientes do seu tempo.
Tenho dito!
José Augusto de Sousa Martins
