Divulgação oportuníssima

Se à primeira vista uma denúncia anónima pode trazer prejuízos, há casos que trazem benefícios. Refiro-me à divulgação da investigação preventiva a Pedro Nuno Santos (PNS) que traz água no bico. Ora vejamos. Sem conseguir decolar, antes pelo contrário, nas sondagens apesar dos casos em que Montenegro é acusado, que tal uma jogada de vitimização? E ei-lo no mesmo dia a anunciar para as 20h00 nas televisões a divulgação da documentação sobre imóveis sob o título “Quem não deve não teme, quem não teme não foge” mas para criar algum suspense, com uma atraso de cerca de trinta minutos. Durante a sua intervenção, e ao contrário do que tinha dito antes - não trazer o caso do adversário para debate - limitou-se a vincar bem as diferenças entre ele e Montenegro desafiando-o a fazer o mesmo que ele fez. E para que não restem dúvidas, abriu o debate com Rui Tavares trazendo o assunto à baila e dizendo “mata” para dar a “deixa” ao líder do Livre, que não se fez rogado, para dizer “esfola” como devem estar recordados. Já agora, e fazendo uma analogia com o caso do “parágrafo” que obrigou António Costa, num louvável gesto de abnegação, pedir a demissão tendo-lhe custado a ida para a Presidência do Conselho Europeu, daqui se pode concluir que embora do Largo do Rato não saiam ideias que beneficiem o país conforme se viu durante oito anos de governo, para os seus altos dirigentes são só “Euromilhões” e “Folares da Páscoa”.

Jorge Morais