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Explicador Madeira

O motivo de dar nomes a depressões, tempestades e ciclones

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Martinho, Jana, Laurence… Muito se tem ouvido falar destes nomes nos últimos dias e sempre associados a intempéries

 Ora, o hábito de dar nomes a tempestades, furacões, ciclones, tornados e tufões não é de agora, é antigo. Começou no século XIX com um meteorologista australiano a chamar-lhes nomes de políticos de que não gostava.

Mas afinal qual é a ideia de dar nomes de pessoas a estes fenómenos? O objectivo é simplificar a comunicação e os avisos de perigo à população.

 Em Portugal, passámos a enfrentar tempestades com nomes mais ou menos esquisitos em 2017, altura em que em Portugal se começou a associar depressões atmosféricas a nomes masculinos ou femininos. A ideia de atribuir nomes a tempestades surgiu de uma colaboração entre as agências meteorológicas de Portugal (IPMA), Espanha (AEMET) e França (MétéoFrance). Este projecto visou aprimorar a cooperação entre os serviços meteorológicos dos países e melhorar a comunicação entre as autoridades.

Outro ponto a favor de se baptizar tempestades é a articulação entre serviços e instituições meteorológicas. São muitas as que afectam os países a cada ano e várias podem coincidir em uma previsão. Por isso, nomeá-las pode evitar equívocos e mal-entendidos.

 Entre Portugal, Espanha ou França o que primeiro emitir um aviso de nível laranja ou vermelho dará o nome à tempestade de acordo com uma lista pré-estabelecida e informando os outros dois. Se a tempestade já foi nomeada pelo Centro Nacional de Furacões (NHC) em Miami devido a impactos anteriores na América Central e depois se dirige para a Europa, o mesmo nome será utilizado, acrescentando-se o prefixo ex.

Há ainda outros países a dar nomes a tempestades. Na Alemanha, por exemplo, existe uma longa tradição de atribuição de nomes a depressões e anticiclones. Desde 1954, o Instituto de Meteorologia da Universidade Livre de Berlim atribui nomes femininos às depressões e nomes masculinos aos anticiclones. Foram criadas dez listas de nomes masculinos e dez listas de nomes femininos, totalizando 260 de cada.

No Reino Unido e na Irlanda, o sistema de atribuição de nomes a tempestades que afectam a região foi implementado com sucesso a partir de 2015. Ficou provado que os cidadãos tendem a estar mais alerta quando as tempestades têm nomes.