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Madeira

Madeira entre as regiões com maior oferta de casas no segmento de luxo

Estudo da Porta da Frente Christie’s e NOVA SBE revela que setor impulsiona a criação de mais de 94 mil empregos e gera 7.2 mil milhões para a produção nacional

Foto DR
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Com o sector imobiliário em expansão em Portugal, é o segmento da gama alta que "continua a desempenhar um papel essencial na economia nacional, contribuindo significativamente para a produção, valor acrescentado bruto, remunerações e criação de emprego", conclui a primeira edição do estudo "Premium Realty Market", desenvolvido pela Porta da Frente Christie's e pela NOVA School of Business & Economics, tendo por base dados da Idealista e da Twinkloo. "Em 2023, o mercado gerou mais de 7,2 mil milhões de euros em produção nacional e criou mais de 94 mil empregos", acrescenta, sendo que a Madeira está entre as três regiões onde os imóveis mais caros mais se desenvolveram.

"Os números evidenciam a robustez e resiliência do segmento, que se destaca como um dos principais motores da economia nacional", refere o estudo que "analisa a evolução do mercado imobiliário de gama alta desde 2021 até à data, concluindo que o grande crescimento deste mercado, acima de 50% nos últimos três anos, se deveu em parte ao aumento dos preços, que cresceram 23% no mesmo período. Este aumento dos preços é, segundo aponta a investigação, uma consequência da dificuldade que a oferta tem tido em acompanhar o crescimento da procura e do aumento dos preços da construção, muito impactados pelo período de inflação nos últimos três anos. O impacto da procura sobre a oferta também foi analisada, verificando-se que a pressão da procura duplicou entre 2021 e 2023, estabilizando posteriormente devido ao aumento do fim dos Vistos Gold e do programa de Residentes Não Habituais (RNH)".

Assim, "a oferta de imóveis de gama alta tem vindo a concentrar-se nos distritos de Lisboa, Porto, e Faro, com destaque para as freguesias de Cascais e Estoril, Quarteira, Santo António, Avenidas Novas e na União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória. Adicionalmente, registou-se um crescimento notável nos distritos de Setúbal, Beja e na Ilha da Madeira, especialmente no segmento Affluent, isto é, os imóveis que se situam entre os 10% e 5% mais caros do mercado", resume.

Acrescenta que "a tipologia da oferta tem evoluído, com um aumento da representação dos apartamentos T2, que passaram de 30% para 35% da oferta total, refletindo mudanças nas preferências dos compradores. As moradias continuam a representar aproximadamente um terço da oferta total". No caso da Madeira e dos outros dois distritos referidos, verifica-se essa "maior preponderância de apartamentos T2", com "a nova construção, focada nos segmentos 'Affluent' e 'Premium', impulsionou a oferta, apesar do aumento de 30% nos custos de construção. A procura por imóveis duplicou entre 2021 e 2023, mas estabilizou devido a factores como o aumento das taxas de juro e fim de benefícios fiscais. Os preços subiram 23% nominalmente, mas apenas 3% em termos reais, devido à inflação". E reforça: "Os fogos em oferta mais do que duplicaram nos distritos de Setúbal e Beja, e quase duplicaram na R.A. da Madeira."

Além disso, "o estudo destaca também que existe um claro desfasamento entre o mercado de gama alta e o restante mercado imobiliário. Esta diferença de comportamento é notória em 2024, onde a média deste mercado teve um crescimento superior ao do segmento de gama alta, tendo sido mais impactada pela descida das taxas de juro e incentivos fiscais, tais como o da aquisição de habitação pelos jovens até aos 35 anos. Contrariamente, o mercado de gama alta teve um crescimento mais moderado em 2024, refletindo o fim do programa RNH".

O mercado imobiliário de gama alta em Portugal continua a ser um segmento vital e em crescimento, com impactos económicos expressivos que vão muito para além da construção e venda. Este estudo não só valida a força deste setor, como oferece uma visão clara para investidores e profissionais do imobiliário sobre o que esperar nos próximos anos.  João Cília, CEO da Porta da Frente Christie's
Os resultados deste estudo refletem não só a resiliência do mercado imobiliário de gama alta, mas também a sua capacidade de adaptação e crescimento sustentável, mesmo num contexto económico desafiante. A análise detalhada permite traçar um caminho sólido para o futuro, com oportunidades claras para investidores e dinamizadores do setor. Pedro Brinca, coordenador do estudo e investigador na NOVA SBE

Concluindo, "as perspectivas futuras apontam para uma melhoria dos custos de financiamento, que poderão impulsionar novos projetos imobiliários. No entanto, a previsão é de um crescimento moderado dos preços e das vendas, acompanhando a estabilização do mercado e os elevados custos de construção. Lisboa, Faro e Porto continuarão a ser os mercados mais dinâmicos, com procura resiliente, especialmente por parte de investidores internacionais".