Há um surto de Hepatite A em Portugal. O que é esta infecção?
Está registado um surto da doença em Setúbal. Autoridades de saúde dizem que curva epidemiológica está já a decrescer.
Está activo um surto de Hepatite A em Portugal continental, mais concretamente na zona de Setúbal. Apesar de haver garantias do decréscimo da curva epidemiológica, é recomendado que se tenha especial cuidado com esta situação.
O Explicador Renascença cita a médica Valentina Lutsiv, especialista em saúde pública da ULS da Arrábida, que integra o Hospital de Setúbal, que diz que o primeiro caso registou-se a 2 de Dezembro e, desde aí, já foram contabilizados mais 22 casos. A maioria foi diagnostica logo no início de Janeiro, ou seja, após as festividades de Natal e Ano Novo.
Não há qualquer registo de casos graves, até porque para a maioria dos indivíduos não tem consequências. Apenas uma criança de 12 anos esteve internada, primeiro no hospital de São Bernardo, de onde foi transferida para Lisboa, para os cuidados intensivos do Hospital de Santa Maria. Mas encontra-se bem e já está na enfermaria.
Até ao momento, os casos têm-se registado em crianças e jovens entre os 3 e os 20 anos, todos sem vacinação prévia.
O que é a Hepatite A?
Apesar de estarmos a falar de Hepatite A, sabe do que se trata? É um vírus que causa inflamação no fígado e que provoca a hepatite A. No fundo, estamos a falar de uma infecção aguda do fígado.
De acordo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), esta é uma infecção altamente contagiosa, capaz de provocar surtos que podem durar semanas ou até meses. Os sintomas são variados e vão desde febre, mal-estar, náuseas, vómitos e dor abdominal, até falta de apetite, fadiga, urina escura, fezes esbranquiçadas e icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos). Até aos 6 anos de idade não é comum que surjam sintomas da doença.
O principal modo de transmissão é por via fecal-oral (contacto de fezes com a boca), que pode acontecer através da ingestão de alimentos ou água contaminados. Além disso, pode ser transmitido por contacto pessoa-a-pessoa, nomeadamente através do contacto sexual.
O período médio de incubação é de 28 dias, mas pode variar entre os 15 a 50 dias. O vírus acaba por ser eliminado através das fezes.
O diagnóstico é obtido tendo em conta a história clínica completa e a realização de exames, entre os quais análises de sangue com pesquisa de anticorpos para o vírus.
Alguns dos comportamentos de risco associados são o consumo de alimentos, como carne malpassada; ovos malcozidos; legumes crus mal lavados ou malcozidos; marisco; fruta por lavar; ou então não lavar as mãos após a utilização da casa de banho, mudar as fraldas e antes de preparar os alimentos
Uma das formas de prevenir é a vacinação, que não está incluída no Plano Nacional de Vacinação, e, além disso, é conveniente lavar e desinfectar as mãos frequentemente; beber água potável ou engarrafada; cozinhar bem os alimentos, nomeadamente, carne, legumes e ovos lavar; e desinfectar bem os alimentos antes de os consumir.