Eu Voto! O apelo de Paulo Miguel Rodrigues
Professor universitário fala sobre a importância do acto eleitoral
As eleições são um acto essencial da Democracia, embora se saiba que a Democracia não se resume - ou pelo menos não se deve resumir - ao acto eleitoral. Hoje, para além da liberdade de pensamento (e mesmo com esta a sofrer, cada vez mais, perante as investidas daqueles que usando de uma panóplia de instrumentos e meios a procuram controlar), o VOTO representa uma das mais relevantes expressões da liberdade individual, como a entendemos na contemporaneidade. E tem - um acto (aparentemente) tão simples - uma importância sobrelevada, que deve ser assimilada por todos os cidadãos, mais não seja porque distingue quem o pratica. E responsabiliza…todos.
VOTAR é, portanto, um dever cívico, que tem na sua base princípios éticos, fundamentos históricos e objectivos políticos.
Tenhamos presente que ao longo da História - e em particular da nossa História Contemporânea, até há 50 anos - tal acto se apoiou sempre numa fórmula censitária, resultando assim, por isso e em simultâneo, num acto limitador (senão mesmo coercivo) e de privilégio.
Aqui reside, aliás, mais uma - fortíssima! - razão para que se VALORIZE, HOJE, o acto eleitoral. Independentemente do número de vezes que seja necessário e que sejamos chamados a votar! Será mesmo caso para dizer, passe o exagero (aqui apenas ilustrativo): mais vale votar com muito mais frequência do que se espera que o normal funcionamento das instituições exija, do que alguma vez sequer considerar deixar de votar.
Ora, sendo a Autonomia Política uma das maiores conquistas do Povo Madeirense, decorrente da Liberdade construída a partir de Abril de 1974, não podem os madeirenses - todos os madeirenses! -, que se devem assumir como os verdadeiros obreiros, donos e legatários da sua Autonomia, deixar de VOTAR, porque se não o fizerem - afastando-se - correrão o sério risco de a tornar órfã. Ou pior, parafraseando uma conhecida máxima da Ciência Política: ao não exercerem um poder que legitimamente detêm - e que a muitos custou muito a conquistar e cuja Memória há que honrar - acabarão por vê-lo (quer queiram, quer não) ser exercido por outrem (e em seu nome).