Vivemos tempos difíceis em todo o mundo, sem exceções.

Podemos dizer que há lugares melhores do que outros, mas verdadeiramente aquela paz, aquela harmonia, aquela compreensão e tolerância entre as pessoas, de todo desejável e imprescindível, para a criação de uma sociedade mais justa, mais humana, infelizmente não existe.

E escusado será nos escondermos atrás dos diferentes regimes políticos existentes nos vários países, porque quer sejam ditatoriais ou democráticos, está visto que os problemas persistem e as distintas sociedades estão a desmoronar-se, a caírem apodrecidas, pelo egoísmo, pela ambição desmedida, pela assombrosa falta de respeito pelo próximo, em resumo, pela perda dos mais elementares VALORES que definem e norteiam qualquer comunidade civilizada.

Hoje celebra-se o Dia de São Valentim. Ainda assim, esperamos que, não sejam mais os que recordam as separações dos que celebram as uniões; os que sentem as violências físicas ou psicológicas diariamente, dos que recebem o amor e o carinho que merecem; nem o número dos que vivem em permanentes discussões e ofensas mutuas, seja superior aos que ainda têm alguma paz e harmonia, nos seus lares, nas suas vidas.

Mas não é fácil fazer um balanço, emitir uma opinião concreta, pois em muitos casos as aparências iludem e, verdadeiramente, é patente na sociedade atual a aplicação do velho provérbio, “Quem vive no convento é que sabe o que vai lá dentro”.

Todavia, o que vimos e ouvimos, no dia-a-dia, dá para termos uma ideia, da degradação em que a vivência familiar e a harmonia dos relacionamentos chegaram.

Portugal – como todos nós sabemos – não escapa a esta verdadeira hecatombe dos valores morais que, por consequência, vão causando vítimas a cada hora que passa.

Contudo, recordando o dia que hoje se comemora, o que ele significa, vamos por agora, esquecer os diversificados atos de violência de que Portugal e o mundo padecem e nos situarmos apenas e só naqueles que a este dia dizem respeito.

A violência doméstica, os abusos, as humilhações, a falta de tolerância e de compreensão que vão desunindo os casais ainda mesmo na fase inicial dos seus relacionamentos.

Se não pretendemos - pelo menos por agora - viver num mundo angelical, não é também o tornar num inferno que vamos gozar a nossa vida na sua plenitude.

Só que, muitos casais não entendem a vida desta maneira e ao mais pequeno dissabor encontram motivo para discussões contundentes, muitas vezes acabando em violência e outras só em separações, deixando – em muitos casos – um mar de frustrações, de sonhos perdidos, de feridas abertas que o tempo demora a fechar.

Bom, mas S. Valentim expressa AMOR E AMIZADE e se não for possível comemorar o seu dia através do AMOR, pelo menos que o façamos por intermédio da AMIZADE.

Uma AMIZADE quando sincera, pura, íntegra, desinteressada, pode valer tanto quanto o AMOR.

E são muitos, felizmente, os que têm encontrado na AMIZADE o que no AMOR – por diversas razões ou situações - não lhes foi possível encontrar.

Bom dia de São Valentim para todos.

Juvenal Pereira