Mau tempo esvazia a baixa do Funchal
Ameaça de tempestade e restrições horárias deixam a capital madeirense invulgarmente calma. Do Mercadinho de Natal ao Parque de Diversões, a afluência é mínima e o tecto de nuvens baixas ameaça o fogo-de-artifício
A nebulosidade, pesada e carregada pela aproximação da depressão, desceu consideravelmente ao longo da tarde, estabelecendo-se numa espécie de 'tecto' em torno da Cota 300.
O cenário na baixa do Funchal, a poucas horas das doze badaladas, é de uma cidade "fantasma". Contrariando a habitual euforia de final de ano, as ruas da capital madeirense apresentam-se com muito pouca gente, criando uma atmosfera pesada onde, segundo quem por lá passa, até "dá dó" ver a cidade tão despida de vida.
Na Placa Central, o Mercadinho de Natal, que noutros anos estaria a abarrotar, vê passar apenas alguns transeuntes apressados. Resta saber se esta "bonança" na baixa se manterá até à meia-noite ou se a Depressão Francis fará a sua entrada triunfal no momento do fogo, como previsto pelos meteorologistas.
O retrato mais fiel deste revés festivo encontra-se no Parque de Diversões. O recinto, que habitualmente vibra com luzes e multidões, está praticamente deserto.
E a falta de clientes ditou que quase metade das diversões estejam "desligadas". As que funcionam, fazem-no para muito poucos ocupantes, com os operadores de braços cruzados e o pavimento molhado a reflectir o vazio. O encerramento forçado à meia-noite pelo Governo Regional também contribuiu para afastar as famílias.
Além disso, o olhar de quem passeia pela Baixa do Funchal nestas últimas horas de 2025 encontra um cenário de dualidade atmosférica.
Se, por um lado, junto à linha de água e na cota mais baixa da cidade, a visibilidade se mantém límpida e desimpedida, bastará levantar a cabeça em direcção ao anfiteatro para encontrar uma densa barreira cinzenta.
Governo Regional mantém fogo à meia-noite, mas ajusta animação
O Governo Regional da Madeira confirma, hoje, a manutenção do tradicional fogo-de-artifício da Passagem de Ano, que será lançado à meia-noite do dia 31 de Dezembro.
A nebulosidade, pesada e carregada pela aproximação da depressão, desceu consideravelmente ao longo da tarde, estabelecendo-se numa espécie de 'tecto' em torno da Cota 300.
Este fenómeno criou uma autêntica cortina a meia encosta, engolindo literalmente as Zonas Altas da cidade num manto cerrado que as torna praticamente invisíveis a partir do centro. O que para quem está na Avenida do Mar parece apenas um céu carregado, nas cotas superiores traduz-se num nevoeiro denso que envolve as habitações e as estradas.