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Madeira

JPP considera que plataforma das viagens representa um "ataque infame"

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O JPP vai votar contra a portaria referente à nova plataforma electrónica para o Subsídio Social de Mobilidade, na reunião da Comissão Especializada Permanente de Economia e Mar, que hoje se realiza. A indicação foi dada, esta manhã, por Élvio Sousa.

“O PSD e o CDS fizeram crer que o madeirense, com a entrada em vigor, em janeiro, de uma plataforma electrónica iria pagar, apenas, a diferença da tarifa, no âmbito do actual modelo de subsídio social de mobilidade. Mas foi, mais uma falsidade! Por isso, o JPP votou contra essa plataforma, que será mais um poço de burocracia e de exclusão social.  Os madeirenses só querem pagar 59€ e 79€”, afirmou o líder do JPP, num encontro com a comunicação social, na Sala de Imprensa da Assembleia Legislativa da Madeira.

“Mantendo a sua coerência, o JPP reforça a sua posição de rejeição dessa plataforma”, sublinhou Élvio Sousa. “Ao contrário do que disseram PSD/CDS, que a plataforma iria simplificar todo o processo, na verdade, após a leitura dessa portaria, verificamos que o processo vai aumentar a burocracia, a morosidade e dificultar o acesso ao subsídio, sem o direito contínuo de um atendimento pessoal", atira o parlamentar.

O partido explica que a portaria cria um circuito administrativo complexo, "com múltiplas validações de elegibilidade, revalidações periódicas (validade máxima de 6 meses), procedimentos de estorno, audiência prévia e emissão automática de Documento Único de Cobrança (DUC), validação de agregado familiar com documentos da Autoridade Tributária (AT)", "e a tão polémica exigência de declaração de não dívida às Finanças e à Segurança Social” (artigo 7.º, alíneas b) e c)".

Para Élvio Sousa, "o Governo da República tenta, assim, pela segunda vez, e com uma nova portaria, obrigar os madeirenses a apresentar documentos fiscais para poderem aceder ao SSM, subverte um direito consagrado constitucionalmente e desfere um ataque infame à dignidade dos madeirenses porque não exige os mesmos critérios aos beneficiários da CP, do Metro, da Transtejo e de outros meios de transporte subsidiados".

O JPP exige que sejam excluídas da referida portaria exigências e linguagem discriminatória: “Deste modo, rejeitamos liminarmente uma plataforma que não permite o pagamento de apenas 59€ e 79€ nas viagens entre a Madeira e o Continente, que corporiza uma visão centralista e tecnocrata, pouco sensível às especificidades sociais e territoriais, e que ignora as dificuldades reais para os idosos, cidadãos com baixos níveis de literacia digital e residentes com menor acesso digital", terminou.