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Resoluções financeiras de Ano Novo

Dicas para transformar resoluções de Ano Novo em metas financeiras para 2026

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Para transformar objectivos em metas reais (no caso, objectivos financeiros) é preciso, mais do que vontade,  um plano. Olhar para os números, definir prazos, delinear métodos são etapas essenciais para que o desejo de “poupar mais” se torne realidade em 2026.

“O problema das resoluções financeiras não é a falta de vontade, é a falta de plano”, lê-se na publicação do Doutor Finanças, que reúne um conjunto de conselhos para que esta resolução de Ano Novo não se perca ao longo do ano, adiando objectivos. Poupança, fundo de emergência e investimento são questões abordadas neste artigo, que se foca na organização, consistência e planeamento.

Por onde começar

Para começar, o Doutor Finanças aconselha a que se tornem a resoluções mais reais, deixando de lado os objectivos mais genéricos. É preciso abandonar ideias como “gastar menos” ou “começar a investir” e definir objectivos concretos, que estejam adaptados ao rendimento disponível, às despesas fixas e à fase da vida e metas pessoais ambicionadas para 2026.

As resoluções financeiras serão diferentes, por exemplo, num ano em que uma pessoa esteja a planear casa, ter filhos, comprar uma casa ou um carro. “As resoluções financeiras só se tornam reais quando cabem no orçamento e não competem com as despesas essenciais”, explicam, para apresentar a solução: trocar intenção por compromisso.

Em vez de “reduzir despesas”, devemos escolher uma meta concreta, como reduzir o número refeições fora ou encomendadas, ou o número de subscrições mensais. Em vez de “investir”, será melhor definir um valor fixo mensal e um produto simples. Acima de tudo, deve ser criado um sistema que funcione mesmo nos meses mais difíceis.

Método SMART

Uma meta bem definida permite que, ao longo do ano, vá sendo acompanhada, ajustada consoante as necessidades e, finalmente, cumprida. O Método SMART é amplamente utilizado no planeamento financeiro pessoal, sendo fácil de aplicar, com objectivos concretizáveis. Este método foi criado em 1981, por Peter Drucker, considerado o pai da gestão moderna.

Segundo o Método SMART uma meta deve ser ‘Specific’ (Específica: clara e objectiva), ‘Measurable’ (Mensurável: quantificável), ‘Attainable’ (Atingível: adequada à realidade), ‘Realistic’ (Relevante: alinhada com prioridades), ‘Time’ (Temporal: com prazo definido). Os objectivos devem ser definidos tendo em conta determinados critérios, sendo fundamental delinear objectivos de forma específica e detalhada.

Um método simples, mas que tudo muda. Ao invés de “poupar mais”, quem quer realmente poupar pode transformar essa máxima em, por exemplo, “vou poupar 50 euros por mês, de Janeiro a Dezembro, com transferência automática no dia 2 de cada mês”, ou “vou amortizar 500 euros num crédito ao consumo até Junho, usando rendimentos extra”, ou ainda “vou criar um fundo de emergência equivalente a três meses de despesas até Setembro”.

Fundo de emergência

O Doutor Finanças considera, mesmo, a criação de um fundo de emergência uma “meta essencial para 2026”. O fundo de emergência deve ser prioridade, ainda antes de se pensar em investir. É uma reserva que garante estabilidade nas finanças pessoas, quando surgem imprevistos, como despesas com a saúde, avarias no carro ou problemas com a casa, ou quebras de rendimento inesperadas.

O fundo de emergência reduz a ansiedade financeira e diminui a probabilidade de precisar de recorrer e um crédito caro em momentos de aperto. É uma rede de segurança, uma almofada financeira que está disponível para a eventualidade de ser necessária.

Como referência, o recomendado é acumular-se o equivalente a entre três e seis meses de despesas essenciais. Este dinheiro deve estar aplicado num produto simples, com capital garantido e acesso fácil. A regra é clara: este fundo é usado em situações realmente urgentes.

Hábitos de poupança

O Doutor Finanças defende que o acto de poupar deve ser um hábito, e não depender de força de vontade constante. Deve ser um método automático, que esteja integrado no dia-a-dia de forma natural, tornando-se sustentável. Mais importante do que o método escolhido é a regularidade, com a consistência a superar estratégias isoladas. Destacam-se, abaixo, alguns exemplos de métodos de poupança.

52 semanas: Este método baseia-se numa lógica progressiva. Começa-se por poupar 1 euro na primeira semana, 2 euros na segunda, e assim sucessivamente. No final do ano, o valor acumulado ultrapassa os 1.300 euros.

Envelopes digitais: Criar subcontas para categorias como alimentação, transportes, lazer e poupança ajuda a travar derrapagens. Quando o valor definido para uma categoria termina, não se gasta mais nessa rubrica até ao mês seguinte.

Poupança automática: Automatizar transferências é uma das estratégias mais eficazes. Uma transferência automática para uma conta separada elimina a tentação de gastar. Pequenos valores semanais ou mensais fazem diferença. Poupar 20 euros por semana permite acumular mais de mil euros em um ano.

‘No-spend weekend’: Escolher um fim-de-semana por mês sem gastar dinheiro ajuda a reduzir despesas impulsivas. Ao longo do ano, o impacto é significativo. Se gasta 60 euros por fim de semana, no final do ano terá poupado 720 euros.

Investir

Investir não deve ser o primeiro passo. Deve surgir depois da poupança regular, depois de existir um orçamento controlado e um fundo de emergência conseguido. Depois de alcançados esses objectivos, é possível dar o passo seguinte, que, ainda assim, deve ser conservador. O conselho, no que concerne a investimentos para principiantes, prende-se com começar com pouco, perceber como funcionam os produtos e ir diversificando gradualmente.

O dinheiro investido deve ser aquele que não será preciso no curto prazo. Ao avançar para esta opção é importante definir o perfil de investidor, de modo a escolher as soluções mais adequadas. Informação clara e decisões informadas reduzem erros comuns no início desta jornada. Antes de escolher produtos, é essencial responder a três perguntas: Para quê investir?; Para quando é o objectivo?; Que nível de risco é possível tolerar sem perder tranquilidade?

Plano anual

Janeiro É o momento de fechar as contas do ano anterior. Rever extractos, identificar despesas invisíveis e definir duas ou três prioridades financeiras para o novo ano
Fevereiro a Março Automatizar poupança e criar limites por categoria. Quanto mais cedo os sistemas estiverem montados, menos esforço exigem
Abril a Junho Rever contratos de energia, telecomunicações e seguros. Comparar propostas pode libertar dezenas de euros por mês. É também uma boa fase para analisar créditos e perceber se existem alternativas mais vantajosas
Julho a Setembro Reforçar o fundo de emergência. Se já existir margem, começar a estudar opções de investimento com calma.
Outubro a Dezembro Fazer balanço. Avaliar o que correu bem, o que falhou e porquê. Ajustar metas para o ano seguinte com base em dados reais, não em intenções.