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Caracas avisa Trindade e Tobago que responderá se daí partir um ataque contra a Venezuela

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Foto Arquivo/EPA/RONALD PENA R

O Governo venezuelano advertiu esta segunda-feira Trindade e Tobago que responderá, se o país ceder o seu território aos Estados Unidos para um ataque contra a Venezuela.

"A Venezuela não luta com ninguém, mas não nos deixam alternativa. Se Trindade emprestar o seu território para um ataque à Venezuela, teremos que responder e não temos outra opção para evitar que nos ataquem", afirmou o ministro venezuelano do Interior, Diosdado Cabello.

Já estão a "utilizar o território de Trindade" contra a Venezuela, algo com o qual, o povo do país vizinho "não está de acordo", disse Diosdado Cabello, acrescentando que as duas nações "sempre viveram em paz".

Na última sexta-feira, a primeira-ministra de Trindade e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, afirmou que a "melhor defesa" para o país é a atual cooperação militar com os Estados Unidos.

"Não vou declarar guerra à Venezuela, mas tenho o dever de proteger o povo de Trindade e Tobago e, neste momento, este é o melhor mecanismo de defesa que podemos ter", comentou.

Os Estados Unidos instalaram um sistema de radar na ilha de Tobago, onde têm ainda destacados agrupamentos de fuzileiros navais. Os aviões militares norte-americanos estão igualmente a utilizar os aeroportos do país, vizinho da Venezuela.

Esta segunda-feira, a secretária-geral da Comunidade do Caribe (Caricom), Carla Barnett, exortou à unidade entre os 15 membros da organização perante os "ventos geopolíticos adversos sem precedentes" que assolam a região, numa mensagem de fim de ano divulgada no dia seguinte à eclosão de divisões no seio da organização regional, com trocas de acusações entre Trindade e Tobago e Antígua e Barbuda, devido às respetivas posições em relação aos Estados Unidos e à Venezuela.

Trindade e Tobago e a Guiana apoiam os Estados Unidos na ofensiva contra a Venezuela, enquanto muitos outros membros da Caricom se têm mostrado cautelosamente críticos, alertando que um conflito terá consequências para toda a região das Caraíbas.

A origem da escalada das tensões internas na organização é atribuída a um comunicado de Persad-Bissessar, em que a chefe do Governo de Trindade afirmou que a Caricom "perdeu o rumo" e já "não é um parceiro confiável".