Kiev espera conversações de Zelensky com Trump nos próximos dias
As autoridades ucranianas admitiram hoje uma possível visita do Presidente Volodymyr Zelensky aos Estados Unidos durante a semana para negociações com Donald Trump sobre o fim da guerra com a Rússia.
"Ansiamos por organizar a visita do Presidente da Ucrânia aos Estados Unidos o quanto antes, em novembro, para finalizar as etapas restantes e alcançar um acordo com o Presidente Trump", declarou o principal negociador ucraniano, Rustem Umerov, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Trump disse anteriormente que queria que Zelensky assinasse o acordo de paz até quinta-feira, Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Umerov, também secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, referiu numa publicação nas redes sociais que as delegações ucraniana e norte-americana chegaram a um entendimento comum sobre as condições-chave do acordo de paz.
Umerov aludia à reunião realizada no domingo, em Genebra, que alterou os termos da proposta inicial de Trump para terminar a guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.
O plano inicial foi aplaudido pela Rússia e criticado pela Ucrânia e os aliados europeus, por considerarem que respondia apenas às reivindicações de Moscovo e constituía uma capitulação para Kiev.
A proposta, divulgada por meios de comunicação social norte-americanos, incluía, entre outras imposições, o reconhecimento da anexação pela Rússia da Crimeia e do Donbass, que engloba as regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.
Previa igualmente que as forças armadas ucranianas seriam reduzidas a 600.000 efetivos, em vez dos mais de 800.000 atuais, e que Kiev renunciaria a integrar a NATO, tal como prevê a Constituição do país.
Umerov disse que as delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos "alcançaram um entendimento comum sobre os termos principais do acordo discutido em Genebra".
"Contamos agora com o apoio dos nossos parceiros europeus em passos futuros",afirmou, citado pela agência de notícias Ukrinform.
Umerov agradeceu "as reuniões produtivas e construtivas" realizadas na cidade suíça, bem como "os esforços contínuos do Presidente Trump para pôr fim à guerra".
Segundo a agência de notícias oficial ucraniana, a Ucrânia e os Estados Unidos concordaram em continuar a trabalhar em propostas conjuntas para um acordo de paz e "prepararam um documento-quadro, atualizado e revisto".
Os representantes de Kiev e de Washington "confirmaram que qualquer futuro acordo deve respeitar integralmente a soberania da Ucrânia e garantir uma paz justa e sustentável", ainda de acordo com a Ukrinform.
Os aliados da Ucrânia vão reunir-se hoje para falar sobre os planos de paz, que serão também analisados pelos chefes da diplomacia da União Europeia numa videoconferência na quarta-feira.
Enquanto se realizam conversações, a Rússia prossegue com os bombardeamentos, que fizeram hoje seis mortos e 10 feridos em Kiev.
O chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sybiha, disse que foram atingidos prédios residenciais e infraestruturas energéticas, e acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de responder com terrorismo aos esforços de paz.
"Putin deu a sua resposta terrorista às propostas de paz dos Estados Unidos e do Presidente Trump. Com uma chuva de mísseis e drones contra a Ucrânia", declarou Sybiha num comunicado.