Polícia turca impede manifestações de mulheres contra violência machista
A polícia turca impediu hoje a realização de duas manifestações contra a violência machista, que, segundo fontes oficiais, deixou 217 mulheres mortas às mãos de homens nos primeiros dez meses do ano.
No distrito de Sisli, em Istambul, agentes da polícia de intervenção colocaram atrás de uma barreira as participantes que se dirigiam para uma concentração convocada sob o lema "Derrubaremos o vosso poder violento".
Na província de Kocaeli, ao sul de Istambul, a polícia também impediu uma marcha de protesto, tendo as participantes se sentado no chão e começado a gritar "Mulheres, vida, liberdade", segundo informam os meios de comunicação locais, citados pela Efe.
Cerca de 300 mulheres também se concentraram na zona de Kadikoy sem que houvesse aqui qualquer intervenção policial.
Segundo dados da plataforma 'Base de dados de violência' erkeksiddeti.org, financiada pela União Europeia, os agressores masculinos mataram 262 mulheres e feriram 668 outras este ano, enquanto outras 408 mulheres morreram em circunstâncias suspeitas.
Esta fonte informa que a maioria dos homicidas são parentes do sexo masculino das vítimas, seguidos de maridos ou parceiros.
Até agora, este ano, essa plataforma contabilizou um total de 2.070 atos violentos de homens contra mulheres, quase 4% mais do que em 2024.
A grande maioria das agressões ocorre na própria casa das mulheres.
O governo turco, que não costuma divulgar dados sobre a violência contra as mulheres, estimou, na segunda-feira, que terão sido assassinadas 217 mulheres em crimes machistas este ano, 25% menos do que no mesmo período de 2024.