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Madeira

Agricultores afectados pelo vento devem ter apoio

Levantamento dos prejuízos até segunda-feira mas já hoje haverá resolução em Conselho de Governo

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Os agricultores afectados pelo vento forte da semana passada na Madeira deverão ter apoio do Governo, admitiu o secretário regional da Agricultura e Pescas, Nuno Maciel.

À margem da abertura da 11.ª Reunião do Comité de Acompanhamento do PRODERAM 2020, Maciel explicou como estão a ser acompanhados os prejuízos, sobretudo na cultura da banana, com especial impacto na costa sul da Região.

Segundo o governante, desde quinta-feira de manhã, técnicos da Direcção Regional da Agricultura e da GESBA estão no terreno, sobretudo entre a Ribeira Brava e Ponta do Sol – concelhos mais afectados pelas rajadas acima dos 100 km/h -, a levantar os danos. “Contamos levar ainda hoje ao Conselho de Governo uma resolução que possa, eventualmente, mandatar a Secretaria da Agricultura para o apuramento desses prejuízos”, disse. O prazo para conclusão dos trabalhos é a próxima segunda-feira.

O secretário explicou que a aplicação de verbas públicas depende da confirmação de fenómenos meteorológicos extremos, com dados concretos a recolher de entidades como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. “Estamos atentos e, se houver enquadramento, vamos fazer o possível para mitigar esses impactos”, afirmou.

Questionado sobre dados já quantificados, Nuno Maciel disse que ainda não há números finais, mas foram registados alguns danos em duas explorações com estufas, “algum impacto em produção a céu aberto de bananeiras e também em alguns hortícolas”. “Para quem perde é sempre muito, mas à escala regional não foi um fenómeno muito complicado”, acrescentou.

Sobre o seguro colectivo para a banana, que em três concursos promovidos pela GESBA não se concretizou, Maciel reconheceu tratar-se de um problema sério, agravado pela fragilidade das regiões ultraperiféricas e pela volatilidade dos fenómenos meteorológicos. “Mesmo sendo raro, quando acontece o impacto é enorme. Isso demonstra as dificuldades da Madeira para encontrar seguradoras privadas”, afirmou, acrescentando: “É a demonstração de como é muito mais difícil viver numa região ultraperiférica. Até as seguradoras se afastam deste tipo de investimento.”

O governante adiantou que o Governo não desistiu e planeia uma quarta tentativa para assegurar o seguro colectivo de colheitas através da GESBA.