Há 35 anos Itália prometia não atacar a URSS nos próximos 20 anos
Neste canal memória recuamos até 1990
“Itália não ataca URSS nos próximos 20 anos” era a notícia que fazia manchete na edição impressa do DIÁRIO há 35 anos.
Ao abrigo de um tratado assinado, a 10 de Novembro de 1990, em Roma pelos presidentes dos dois países, Itália prometeu solenemente não integrar nenhum ataque à União Soviética por 20 anos.
Lê-se, ainda, que o acordo interdita a Itália de participar em qualquer ataque à URSS que possa ser lançado pelos seus aliados da NATO.
No documento constava que “se qualquer das duas partes for atacada, a outra, quaisquer que sejam as suas obrigações de alianças, não dará ao agressor qualquer ajuda militar ou outra”
O tratado foi assinado pelo presidente soviético, à data, Mikhail Gorbachev e pelo presidente italiano, também à data, Francesco Cossiga, e previa, ainda a criação de uma “linha quente” telefónica para contactos entre Roma e Moscovo.
Um ponto especial deste tratado passava pela troca de informações militares, incluindo dados sobre a reconversão de indústrias militares para fins pacíficos. Outras áreas importantes de cooperação seriam, também, a energia, os transportes e as telecomunicações. Além disso, os dois países concordaram, em combater o crime organizado, o terrorismo e o tráfico de drogas.
Num outro tratado comercial assinado, também a 10 de Novembro de 1990, Itália prometeu apoiar a política de reformas de Gorbachev com um crédito por quatro anos de 6,2 mil milhões de dólares, que “segundo fontes oficiais” incluíam empréstimos directos de 1,9 mil milhões de dólares e garantias de créditos à exportação no valor de 4,3 mil milhões de dólares.
À data, Mikhail Gorbachev, estava a realizar uma visita de cerca de nove horas a Roma, antes de seguir para Paris, onde participaria na cimeira da Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa (CSCE).