Seguro afirma independência apesar de apoio do PS e diz que Pedro Nuno foi importante
António José Seguro assegura que a "natureza independente" da sua candidatura presidencial não vai mudar por ter o apoio do PS, assumindo que foi importante Pedro Nuno Santos ter colocado o seu nome entre os presidenciáveis.
Em entrevista à agência Lusa, António José Seguro refere que "não estava em marcha" a reflexão sobre esta candidatura quando o ex-líder do PS Pedro Nuno Santos, no início de outubro de 2024, o juntou aos "bons nomes" para candidato presidencial, apesar de dizer que, ao longo destes anos, recebeu vários incentivos para o fazer.
"Eu julgo que [a declaração de Pedro Nuno Santos] foi muito mais determinante para fazer com que algumas pessoas viessem a dizer que me apoiavam, a incentivar para me candidatar e talvez algumas pessoas que nunca tivessem pensado na possibilidade de eu ser candidato a Presidente da República", responde, assumindo que foi uma declaração importante.
O candidato presidencial refere que a primeira vez que verdadeiramente pensou em concorrer foi "ali no mês de outubro", explicando que foi "o estado do país" que o fez decidir.
Sobre o apoio do PS à sua candidatura, aprovado recentemente em Comissão Nacional socialista, Seguro afasta a ideia de qualquer incómodo e mostra "satisfação e honra", recordando que o seu partido ao longo de 50 anos apoiou Mário Soares, Jorge Sampaio e Manuel Alegre.
"A minha candidatura é independente, aberta a todos os democratas, os progressistas e os humanistas. E tem uma estrutura e nessa estrutura de candidatura participam, em pé de igualdade, pessoas de diversas origens que dão os seus contributos. Uns em trabalho, outros em ideias, outros com apoio financeiro", aponta, quando questionado sobre como se vai materializar o apoio do PS.
Segundo o ex-líder do PS, a natureza da sua candidatura "não vai mudar pelo facto de haver qualquer outro apoio, seja um apoio individual seja um apoio de organização", explicando que quer "ser um presidente inclusivo e dar esse mote na candidatura".
Sobre um eventual apoio logístico ou financeiro que possa receber do partido que já liderou, Seguro remete essas perguntas para o PS e afirma que não está nenhum encontro marcado com a direção socialista.
"Nós temos as nossas estruturas de campanha, portanto, não temos nenhum direito de reserva à entrada nem de nenhuma exigência. Esta não é uma candidatura que tenha reserva de admissão", afirma.
Quanto a um eventual contágio negativo que um apoio do PS, depois dos maus resultados nas legislativas e nas autárquicas, possa representar, o candidato presidencial diz que recebe "todos os apoios de braços abertos".
"Se eu quero ser um presidente de todos os portugueses agora ia selecionar os apoios só porque este me dava jeito ou aquele não me dá jeito? Eu já disse que o apoio de um grande partido político português é para mim um motivo de satisfação e de orgulho atendendo ao histórico desses 50 anos", reitera.
Quanto ao momento do apoio, quatro meses depois de ter avançado, Seguro desdramatiza e respeita a "ação e os timings dos partidos".
"[O PS] escolheu quando entendeu, pronunciou-se quando entendeu e para mim são situações perfeitamente normais. Só quem tem uma visão dramática da vida política, só quem tem uma visão conspirativa da vida política é que atribui a estes momentos essas características", afirma.