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Eleições Autárquicas Madeira

RIR olha ao Monte com pé no Livramento

Liana Reis diz que é por justiça social que trocou o centro de saúde pelas ruas da freguesia

Liana Reis lidera o RIR na Madeira desde 2022.
Liana Reis lidera o RIR na Madeira desde 2022., Foto Hélder Santos /Aspress

Focado em conseguir ganhar a Junta de Freguesia do Monte, o RIR voltou a sair hoje à rua para falar com os fregueses da zona do Livramento. Junto ao supermercado local concentraram-se dezena e meia de militantes para promover o voto que promete fazer a diferença na vida das pessoas.

“A nossa campanha está sendo feita no Monte porque o nosso objectivo é mesmo a Junta de Freguesia”, deixou claro Liana Reis, que dedicou com os colegas de partido as últimas duas semanas sobretudo à zonas altas, “as zonas mais complicadas”, nas suas palavras, e está agora a aproveitar a recta final para cobrir a parte baixa. “O objetivo é mesmo uma mobilização total aqui no Monte, porque as pessoas estão à espera de uma mudança e nós sentimos que podemos fazer parte dessa mesma mudança”, afirmou.

A enfermeira trocou a bata e o centro de saúde local nestes dias pelo polo do partido, pela bandeira e pelas ruas, mas os problemas que ouve são os mesmos. Foi esse conhecimento de causa, que a levou a meter pés a caminho a favor de uma mudança que acredita ser necessária. “Nós trabalhamos aqui há mais de 20 anos, e na área em que trabalhamos nós sabemos perfeitamente as necessidades e as problemáticas das pessoas e os anseios das pessoas aqui do Monte”.

Liana Reis abraçou o partido em 2017, assumiu coordenação em Maio de 2022. “O RIR é um partido realmente político mas feito de pessoas normais”, diferencia. “Todos nós temos as nossas profissões, as nossas famílias, mas a nossa profissão é sempre a base que nos leva a mover à política”, explica.

No seu caso, pela ligação à área da saúde, diz que conhece os problemas da sociedade, sendo por uma questão de “justiça social” que ali está e estão, além de que confessa que gosta do contacto cara-a-cara, pessoa-a-pessoa, porta-a-porta. “É aqui no terreno que nós vemos as reais dificuldades que existem”.

Liana Reis começou por dizer que a Junta de Freguesia não tem proximidade como devia ter com os moradores, para dar conta das queixas. “Falam-nos nos pedidos de ajuda, pequenas ajudas para recuperações de casas que não são feitas; falam-nos também nos terrenos abandonados; nas veredas, becos e veredas, e nós temos confirmado isso, realmente os becos estão em condições precárias, escadas com pedras soltas. Isso são pequenos arranjos que a junta de freguesia podia fazer e não tem feito ao longo destes 12 anos de mandato”.

Melhorar os acessos, muitos sem carro, limpar as veredas, requalificar o Largo da Fonte e a criação de uma serviço de transporte de proximidade com uma carrinha para servir sobretudo os mais idosos na ida ao centro de saúde ou às compras são algumas ideias para esta freguesia, que acreditam precisa de mais atenção e desenvolvimento. “Acaba por ser pior do que uma zona rural”, disse um dos 15 elementos da comitiva.

A enfermeira do centro de saúde que é a cabeça-de-lista acredita que as pessoas já conhecem o partido e as pessoas que integram a lista e que isso jogará a seu favor no próximo domingo. “Há uma ligação, não só a nível político, mas também a nível pessoal e profissional, porque conhecem-nos aqui da zona”, além de que os vêem na comunicação social. “Isso já é suficiente”.

Sobre as sondagens, a candidata esclarece: “O nosso objectivo nunca foi a Câmara Municipal do Funchal, talvez chegar a uma Assembleia Municipal, mas o objectivo é, como eu já lhe disse, a Junta de Freguesia do Monte. Portanto, se fazem uma sondagem, como fizeram, que é para a Câmara Municipal e nós não temos feito campanha nos outros sítios, é normal que tenhamos aquela percentagem”, reagiu aos 0% da sondagem publicada hoje pelo DIÁRIO. “Não nos diz absolutamente nada. Só mesmo no dia 12 é que veremos o nosso objectivo aqui no Monte, se foi concretizado ou não”.

Em relação às campanhas anteriores, confessa que esta é “muito mais cansativa” a nível físico, porque estão “numa dedicação tal a uma freguesia”. Por outro lado, as outras acabaram por ser mais difíceis na parte do reconhecimento, comparou, uma vez que foram mais alargadas e estiveram em locais, especialmente fora do Funchal, onde as pessoas ainda não conheciam o RIR. De resto, não sente grandes dificuldades em relação aos partidos ditos maiores, sendo até com prazer que diz que está a incomodar. “Principalmente o dito grande aqui da freguesia, vemos que é uma campanha que está sendo feita já um bocadinho a medo dos possíveis resultados aqui do nosso partido”.

Liana Reis luta com a principal arma que têm: o dar a cara. “Nós damos a cara, falamos, uma simples conversa, um ‘olá, bom dia, como é que está? O que é que lhe está a afectar? Qual é o problema que lhe está a afectar? É completamente diferente de mobilizar um carro a fazer barulho na freguesia e que não está a passar a mensagem”, acrescentou.

Com a campanha em contagem decrescente, diz que o resultado de Domingo será o resultado não apenas do trabalho destas duas semanas de campanha, mas de quatro anos de trabalho que começou numa conversa de café, no Centro de Saúde do Monte. “Achámos que estava na altura de fazermos alguma coisa pela população”. Como Liana Reis pertencia ao partido, avançaram. E vão continuar a andar, pelo menos até amanhã, porque ainda há portas para bater, votos sem destino e gente para convencer.