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Madeira

“Entregar um projecto [de arquitectura] num município não é o mesmo que entregá-lo noutro”

Arquitectos da Madeira pedem mais fiscalização e uniformização entre os municípios

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A presidente da Secção Regional da Madeira da Ordem dos Arquitectos, Susana Neves, aproveitou o Dia Mundial da Arquitectura, data que se assinala esta segunda-feira, para reflectir sobre o estado da arquitectura na região e os desafios que enfrenta.

Para a arquitecta, este é um dia que deve servir para pensar sobre o território, o planeamento e a prática da arquitectura. “O nosso território é difícil, e quanto mais difícil, mais especiais são as obras. Temos muita coisa bem feita, há qualidade, mas também há grandes dificuldades na prática da arquitectura, e para quem gere o planeamento”, afirmou.

Aos jornalistas, Susana Neves destacou a complexidade da legislação em vigor. “Não sei se sabem, mas para fazer uma obra de arquitectura é necessário conhecer cerca de 1.200 diplomas”, registou, criticando também a falta de uniformização entre os diferentes municípios. “Entregar um projecto num município não é o mesmo que entregá-lo noutro. Não faz sentido, no século XXI, continuarmos com diferentes interpretações da mesma lei.”

As declarações foram feitas à margem da cerimónia de entrega do Prémio de Arquitectura da Madeira e Porto Santo 2025, com a parceria do Governo Regional da Madeira, através Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura (SRTAC), pela Direcção Regional da Cultura (DRC), decorreu na sede da Secção Regional.

O secretário regional do Turismo, Cultura e Ambiente, Eduardo Jesus, sublinhou a importância desta distinção e da parceria com a Ordem dos Arquitectos. “Este prémio foi criado através de um protocolo com o Governo Regional e visa exactamente dar espaço ao mérito”, observou, registando que a arquitectura é central para o planeamento do território e para a qualidade de vida. "Está directamente ligada à nossa identidade cultural e à forma como vivemos e nos relacionamos com a paisagem".

A par da entrega do prémio, ao Arq. José Duarte Caldeira e Silva com a ‘Casa na Encosta Poente’, foi inaugurada a exposição das obras candidatas ao Prémio PAMPS 2025 e a Exposição dos Prémios atribuídos pela União Internacional de Arquitetos, com o tema ‘UIA Friendly and Inclusive Spaces Awards 2023’, que destaca obras e teses em 4 categorias: Novos edifícios; Edifícios existentes renovados (incluindo edifícios históricos); Espaços públicos e abertos; e Investigação.

O Prémio de Arquitectura da Madeira e Porto Santo 2025 atribuiu ainda três Menções Honrosas, a primeira ao projecto ‘Casa nos Saltos’ dos Arquitectos Adriana Henriques e André Ferreira, a segunda ao projecto ‘Casa Prazeres’ do Arq. André Gonçalves e o terceiro ao projecto ‘Casa Pic’ dos Arquitectos Carolina Sumares e Rik den Heijer.

A cerimónia contou com a presença dos elementos do júri PAMPS2025 constituído pela representante da Secção Regional da Ordem dos Arquitectos - Arq. Liliana Maria Andrade Ferreira, a representante da Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura - Arq. Ana Filipa de Gois Abrantes, o representante da Associação de Municípios AMRAM – Arq. Paulo Duarte Mendonça Vieira e o presidente do Júri – Arq. Miguel José Temudo Malaguerra Bastos Nunes.