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Madeira

José Manuel Rodrigues vinca que é preciso reforçar o investimento na Paz

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O secretário regional da Economia manifestou, ontem, no final do Encontro Internacional pela Paz, uma grande preocupação com o aumento da despesa dos Estados em armas e em tropas. José Manuel Rodrigues reconhece a existência de um “ímpeto de rearmamento mundial provocado pelo aumento das guerras”, e até entende que a incerteza provoque na “Europa a necessidade de um reforço das medidas de segurança”, mas, na sua óptica, “gastar 5% do Produto Interno Bruto nesta área parece-me exagerado”, 

Em nota à imprensa, o governante avisa que estes gastos vão implicar o corte do investimento em áreas prioritárias, como “a habitação, o apoio aos mais pobres e até a ajuda humanitária que a União Europeia presta em vários continentes”.

Recorda que a NATO - Organização do Tratado do Atlântico Norte aprovou o objectivo de alocar à defesa 5% do Produto Interno Bruto de cada um dos 32 países até 2035. E, embora haja alguma flexibilidade nas metas definidas, José Manuel Rodrigues vinca que é preciso reforçar o investimento na Paz, indo ao encontro do apelo lançado, ontem, pelo Papa Leão XIV, na cerimónia de encerramento do encontro que reuniu os líderes religiosos, políticos e culturais de todo o mundo, sob o tema 'Ousar a Paz', promovido pela Comunidade de Sant’Egidio.

Em Roma, Robert Francis Prevost, o Papa, apontou o dedo à utilização da religião para justificar a guerra. “A guerra nunca é santa, só a paz é santa, porque é desejada por Deus”, disse, no Coliseu de Roma, perante os milhares dirigentes de diversos países.

“O mundo tem sede de paz. Precisa de uma verdadeira e sólida de reconciliação, que ponha fim à prevaricação, à exibição de força e à indiferença pelo direito. Basta de guerras, com os seus dolorosos montes de mortos, destruições e exilados”, rogou Leão XIV.

Neste encontro ecuménico, o Papa apelou à reconciliação como meio de vencer a “actual globalização da impotência”. Aos representantes cristãos, ortodoxos, anglicanos, muçulmanos, judeus, budistas, entre outros, pediu empenho para que juntos encontrem medidas para resolver as tensões e os conflitos, que todos os dias martirizam milhares de pessoas.

O Encontro Internacional pela Paz, que decorreu entre 26 e 28 de Outubro, reuniu representantes de quase todas as religiões do mundo, numa demonstração de unidade em torno de soluções que ponham fim às guerras e às desigualdades sociais que provocam os conflitos.

“Este Encontro Internacional pela Paz, que começou com São João Paulo II, a 27 de Outubro de 1986, é um dos momentos marcantes da agenda daqueles que desejam um mundo de paz, um mundo em que se odeie as guerras e não as pessoas, um mundo em que ninguém aceite que existam guerras justas ou guerras santas, porque as guerras são sempre um pecado contra a humanidade”, concluiu.