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UE pronta a adoptar "novas medidas adequadas" face aos ataques híbridos da Bielorrússia

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Foto EPA

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, condenou hoje "veementemente as ações persistentes e provocatórias da Bielorrússia" através de ataques híbridos que atingiram a Lituânia, admitindo "novas medidas adequadas" se a situação persistir.

"A UE condena veementemente as ações persistentes e provocatórias da Bielorrússia contra a União e os seus Estados-membros, que são inaceitáveis e contradizem as declarações anteriores [do Presidente bielorrusso, Alexander] Lukashenko no sentido de melhorar as relações", salientou a responsável.

Numa declaração em nome do bloco dos 27 sobre as ações híbridas da Bielorrússia na fronteira externa da UE, divulgada em Bruxelas, a responsável apontou que as incursões de balões no espaço aéreo da Lituânia "constituem uma tentativa de intimidar os cidadãos europeus através de ameaças diretas à aviação civil".

"A UE manifesta a sua total solidariedade para com a Lituânia e todos os outros Estados-membros afetados pelas atividades híbridas da Bielorrússia. Foram impostas sanções ao regime bielorrusso e a UE está disposta a tomar novas medidas adequadas caso tais ações continuem", assegurou a Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

"Não toleraremos quaisquer campanhas híbridas dirigidas contra a UE ou qualquer dos seus Estados-membros", adiantou Kaja Kallas.

Na terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, denunciou "ameaças híbridas" da Bielorrússia na Lituânia após a deteção de balões no espaço aéreo do país báltico, prometendo rapidez em iniciativas europeias de defesa.

Também através da rede social X, na segunda-feira à noite, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, manifestou "total solidariedade com o povo da Lituânia face às ações persistentes e provocatórias da Bielorrússia" e garantiu "pressão [da UE] sobre o regime" bielorrusso.

No domingo, a Lituânia fechou a fronteira com a Bielorrússia depois de o aeroporto internacional de Vilnius, capital lituana, ter deixado de operar durante várias noites, após a deteção de balões no espaço aéreo do país báltico.

A decisão de fechar a fronteira com a Bielorrússia foi tomada pouco depois de o aeroporto de Vilnius ter anunciado perto das 20:00 de domingo que suspendia todas as operações de voo devido a balões meteorológicos, supostamente utilizados para o contrabando de cigarros, que voavam em direção ao espaço aéreo lituano a partir da Bielorrússia.

O executivo lituano e o exército do país báltico debateram a possibilidade de abater os balões que transportam material contrabandeado, mas prevaleceu a opinião de que tais ações acarretariam o risco de causar danos a pessoas e propriedades em terra, devido à queda de cargas de grande altura.