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Observatório denuncia aumento das detenções arbitrárias de mulheres

Foto Ellen Curtis / Shutterstock.com
Foto Ellen Curtis / Shutterstock.com

O Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) denunciou hoje que estão a aumentar as detenções arbitrárias de mulheres na Venezuela, como foi o caso de 30 mulheres detidas por motivos políticos desde 01 de outubro.

"As detenções e perseguições por motivos políticos na Venezuela não cessaram. Pelo contrário, nos últimos meses intensificaram-se e o regime dirigiu a sua repressão contra famílias inteiras, sendo as principais vítimas mulheres e idosos", explica o observatório em comunicado.

Segundo o OVP, cerca de 150 mulheres, consideradas presas políticas, estão presas na Venezuela, das quais 30 foram detidas arbitrariamente em outubro, nove delas nos estados de Guárico, Lara, Mérida e Trujillo.

As detenções, alegou o observatório, "foram realizadas em condições totalmente irregulares, violando todas as garantias constitucionais e processuais", tendo o OVP documentado "casos em que as detidas foram retiradas de suas casas sem mandado judicial".

O OVP afirma ainda que "os familiares denunciam a falta de informação sobre o paradeiro das mulheres, audiências adiadas para além dos prazos legais e até casos de desaparecimento forçado", sublinhando que há casos em que até hoje é desconhecido o local onde permanecem detidas.

As detenções, segundo a organização, não são episódios "isolados, fazem parte de uma política sistemática de perseguição contra quem ouse discordar do poder" e "é extremamente alarmante a situação das mulheres idosas ou com hipertensão, doenças respiratórias, estomacais, entre outras, que permanecem detidas sem assistência médica ou avaliações especializadas e em condições sub-humanas de reclusão".

A Venezuela tem 1.074 pessoas detidas por motivos políticos, entre elas 161 mulheres, segundo dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Encontro Justiça e Perdão (EJP).

Na rede social X, a EJP afirmou que não ter informação oficial sobre o paradeiro de 176 pessoas detidas.