Actas confirmam 314 assinaturas de militantes para pedido de congresso extraordinário
As contas são feitas por Manuel António Correia que acusa Jurisdição do PSD de ter eliminado 71 assinaturas válidas
Após receber as actas do PSD-Madeira, Manuel António Correia entende que o requerimento que solicita um Congresso Extraordinário foi acompanhado por "314 assinaturas de militantes com quotas em dia, número mais que suficiente para obrigar à realização desse congresso, que são no mínimo 300."
Em nota emitida esta segunda-feira, Manuel António refere que "violando a Lei, os órgãos do partido inutilizaram 71 dessas subscrições, alegando questões administrativas, nomeadamente de que o partido não possuía elementos suficientes para confirmar a correspondência das assinaturas."
"Neste aspeto, o partido não realizou, como devia e está legalmente obrigado, a necessária audiência prévia ou mesmo o pedido de suprimento junto dos militantes visados (cuja identidade ainda se desconhece) no sentido de esclarecer e/ou comprovar, antes de tomar qualquer decisão, a validade das assinaturas em questão. Acresce que todas as assinaturas submetidas seguiram com a identificação do número de militante e do número do cartão de cidadão, para além do nome completo do subscritor", lê-se.
No texto, refere que a situação descrita demonstra "claramente o impedimento de participação política dos militantes visados, que ficaram impedidos de exercer um dos seus direitos consagrados tanto na Lei como na Constituição da República."
"Adicionalmente, e embora com toda a informação que consta nas subscrições, os órgãos do partido eliminaram ilegalmente as assinaturas que não coincidem com os elementos em arquivo do partido, algumas com dezenas de anos, o que comprova que a acusação de incompetência e amadorismo deve ser dirigida ao secretariado do partido. Não pode, agora, transferir para terceiros as consequências dessa negligência", acrescenta.
O antigo governante dos executivos de Jardim diz que "tudo isto confirma que a posição adoptada é, na prática, o já referido golpe palaciano e ilegal, evitando que o partido dê voz aos militantes, cujas ideias e decisões, num partido democrático, deveriam ser soberanas."
À comunicação social, Manuel António transcreve o parágrafo particularmente elucidativo da "errada abordagem" do partido: "Desta forma, dos 562 formulários apresentados, e suprimindo os acima identificados, constam 314 subscrições, das quais 71 com assinaturas que não coincidem com os elementos em arquivo do partido, junto à inscrição do militante (conforme elementos em anexo, duas capas)."