Estados Unidos da Europa

A alteração dos equilíbrios geoestratégicos em curso entre as potências mundiais (PM), as comunicações cada vez mais céleres e abrangentes que nos dão uma sensação de maior proximidade uns dos outros como se o mundo estivesse a encolher, são um imperativo para que a União Europeia (UE), respeitando a herança cultural e a idiossincrasia de cada um dos países que a constituem, avance para uma confederação de estados, os Estados Unidos da Europa (EUE), afirmando-se como uma potência com o poder necessário não só para determinar o seu próprio futuro, mas ter uma palavra a dizer sobre o equilíbrio geoestratégico mundial, em contraponto com o poder das atuais PM que pretendem manter a UE e a restante Europa divididas e incapazes de ter uma voz ativa e respeitada no mundo.

A ideia não é de hoje e teve como precursores vultos notáveis como Victor Hugo e Winston Churchill.

Victor Hugo afirmou em pleno séc. XIX: “Virá um dia onde as balas e as bombas serão substituídas pelos votos, pelo sufrágio universal dos povos, pela venerável arbitragem de um grande Senado soberano que estará para a Europa, como o Parlamento está para a Inglaterra, como a Dieta está para a Alemanha, como a Assembleia Legislativa está para a França”.

Winston Churchill disse em 1946: “Temos de construir uma espécie de Estados Unidos da Europa, e só dessa forma centenas de milhões de trabalhadores serão capazes de reconquistar a simples alegria e esperança que tornam a vida interessante. O processo é simples. Tudo o que você precisa é o objetivo de centenas de milhões de homens e mulheres, fazer o bem ao invés de fazer o mal e como recompensa bênçãos ao invés de maldições”.

A UE/Europa divididas servem não só à Rússia antidemocrática de Putin, que pretende reconstruir a qualquer custo não só o antigo império ditatorial soviético como anexar-lhe os países livres e democráticos da UE/Europa, mas também às outras PM que sem os EUE terão menos uma potência a fazer-lhes concorrência.

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